Análise De Poema

Páginas: 15 (3706 palabras) Publicado: 12 de abril de 2011
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Educação II
Departamento de Letras e Artes
Curso de Letras
Habilitação: Língua Espanhola
Componente Curricular: Teoria e Crítica Literária I
Professora: Jacklaine Almeida
Turno: 2
Semestre: 2009.2
Sala: 14
Aluno: Franksnilson Ramos Santana
Matricula: 092237363
Data: 27-11-09


Análise do poema: O coveiro de Augusto dos Anjos


Ocoveiro

Uma tarde de abril suave e pura
Visitava eu somente ao derradeiro
Lar; tinha ido ver a sepultura
De um ente caro, amigo verdadeiro.

Lá encontrei um pálido coveiro
Com a cabeça para o chão pendida;
Eu senti a minh’alma entristecida
E interroguei-o: “Eterno companheiro
Da morte, quem matou-te o coração?”
Ele apontou para uma cruz no chão,
Ali jazia o seu amor primeiro!Depois, tomando a enxada, gravemente,
Balbuciou, sorrindo tristemente:
— “Ai, foi por isso que me fiz coveiro!”

Inicialmente, vale ressaltar a análise do título do poema, porquanto este coere com o assunto ou a linguagem expressada no texto. Exatamente porque a expressão “o coveiro” posta por Augusto dos Anjos denota um impacto ao interessado no assunto do poema. Podemos notar que a palavra“coveiro” foi bem inserida ao título, acompanhada do artigo “o”, o qual serve muitas vezes para indicar a função de outrem, logo, “o coveiro”, isto é, aquele que abre covas, sepultador. Portanto, ao lermos o título, perceberemos o suposto tema que irá ser tratado, visto que o “coveiro” nos passa um ar de tristeza dentro de um ritmo lento e regular que expressa aquele que sepulta. Isto nos provocagana de lermos todo o poema.

O poema é um soneto; suas estrofes são compostas de dois quartetos e dois tercetos, sendo que seus versos são metrificados em decassílabos, pois em todos os versos a última sílaba tônica reparada através da escansão, está localizada na décima:

U/ma/ tar/de/ de a/bril/ su/a/ve e/pu/ra E.R. (6,8,10)
Vi/si/ta/va eu/ so/men/te ao/der/ra/dei/ro E.R. (4,6,10)
Lar;/ ti/nha/ i/do/ ver/ a/ se/pul/tu/ra E.R. (4,6,10)
De um/ en/te/ ca/ro, a/mi/go/ ver/da/dei/ro. E.R. (4,6,10)

Lá/ en/con/trei/ um/ pá/li/do/ co/vei/ro E.R. (4,6,10)
Com/ a/ ca/be/ça/ pa/ra o/ chão/ pen/di/da; E.R. (4,6,10)
Eu/ sen/ti/ a/ mi/nh’ al/maen/tris/te/ci/da E.R. (4,6,10)
E in/ter/ro/gueio:/ “E/ter/no/ com/pa/nhei/ro E.R. (4,6,10)

Da/ mor/te, que/ ma/tou-/te o/ co/ra/ção?” E.R.(2,6,10)
E/le a/pon/tou/ pa/ra u/ma/ cruz/ no/ chão, E.R. (4,8,10)
A/li/ já/zi/a o/ seu/ a/mor/ pri/mei/ro! E.R. (4,8,10)

De/pois,/ to/man/do a en/xa/da/ gra/ve/men/te, E.R.(4,6,10)
Bal/bu/ci/ou,/ sor/rin/do/ tris/te/men/te: - E.R. (4,6,10)
“Ai!/ Foi/ por/ is/so/ que/ me/ fiz/ co/vei/ro!” E.R. (4,8,10)

Podemos perceber que todos os versos contêm realmente dez sílabas poéticas, visto que a décima sílaba poética deve ser a última sílaba tônica do verso.

Sabendo que o ritmo do poema variou e/ou varia de acordo com aconstante mudança do ritmo da sociedade, pressupomos a regularidade do poema de Augusto dos Anjos, porque essa regularidade rítmica prevaleceu entre o fim do século XIX e o começo XX, e foi dentro deste intervalo que o poema foi elaborado, desde então o autor obedece ao ritmo da vida vivida nesse tempo, e impõe este ritmo ao seu poema, lhe dando mais crueza, tristeza e impacto em sua linguagem. Enquantomuitos críticos apoiavam a ideia de que Augusto seguia um ritmo imposto pelo parnasianismo, os próprios parnasianos se surpreenderam com o ritmo imposto por ele em seus poemas, por isso, há evidências mais fortes de que Augusto dos Anjos estava próximo do simbolismo, porém, ele se mantia entre esses dois estilos, pois em muitos poemas ele seguia à rigorosa formalidade parnasiana, mas a...
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