Arquitetura E Subjetividade

Páginas: 33 (8188 palabras) Publicado: 5 de marzo de 2013
ARQUITETURA & SUBJETIVIDADE Frederico de Holanda

Introdução Realizou-se em novembro de 2003, na cidade do Recife, o Colóquio com Bernard Salignon – interfaces conceituais entre a arquitetura e a psicanálise.1 Coube-me contribuir para uma mesa sobre o tema “arquitetura e subjetividade”. O texto surge da palestra, que teve por tópicos: 1) Um conceito relacional de arquitetura; 2) Arquitetura xsociedade: uma estrada de mão dupla (abaixo a “teoria do reflexo!!!); 3) Códigos de avaliação: universais, grupais, individuais; 4) Arquitetura e intuição do mundo. Nesta introdução, resumo e referencio idéias antes publicadas; tópicos subseqüentes abordam temas menos explorados. O conceito relacional de arquitetura a define2:

TERMOS DA RELAÇÃO NATUREZA DA RELAÇÃO

ARQUITETURA é uma RELAÇÃOque as PESSOAS estabelecem com o ESPAÇO, por meio da APROPRIAÇÃO ou TRANSFORMAÇÃO deste, com o objetivo de satisfazer EXPECTATIVAS funcionais, de co-presença, bio-climáticas, econômicas, topoceptivas, emocionais e simbólicas, em função de VALORES ecológicos, éticos e estéticos historicamente determinados.

VALORES DETERMINANTES DA RELAÇÃO

Quadro 1. Conceito relacional da arquitetura.

Adefinição é larga: 1) não privilegia certos modos de produção do espaço arquitetônico em detrimento de outros, e.g., ao considerar como “arquitetura” apenas a produzida a partir de pensamento sistematizado e explícito, e como “construção” a produzida por meio de códigos sociais implícitos – a arquitetura “social”, anônima, ou de autoria difusa (a da maioria dos
De 17 a 19 de novembro de 2003.Realização do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco. 2 HOLANDA, Frederico de. O espaço de exceção. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002, p. 83. Definição elaborada no âmbito do projeto de pesquisa Dimensões Morfológicas do Processo de Urbnização – DIMPU, com a participação dos colegas Maria Elaine Kohlsdorf e Gunter Kohlsdorf.Desenvolvida em HOLANDA, Frederico (org.). Arquitetura & Urbanidade. São Paulo: ProEditores Associados Ltda, 2003, especialmente Cap. 1.
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ARQUITETURA E SUBJETIVIDADE

edifícios e cidades no mundo, em todos os tempos)3, 4; 2) não privilegia determinados aspectos do espaço socialmente apropriado, mas acentua sua característica multidimensional5; 3) não concede primazia ao espaço interno, noâmago das edificações, ante o espaço externo de ruas ou praças6; 4) não discrimina sequer o espaço artefatual do espaço natural apreendido pelas pessoas 7, ,8. Todo espaço socialmente apropriado (mesmo apenas contemplativamente), interno ou externo, natural ou construído, tem tipos de desempenho (Quadro 1) não estudados por outras disciplinas, cabendo legitimamente à arquitetura essaresponsabilidade. Vejam os exemplos das ilustrações: Fig 1 – sala da residência do autor, cujos atributos espaciais (luz, ruídos, temperatura) são controlados por permeabilidades e barreiras, opacidades e transparências; Fig. 2 – espaço semi-interno da circulação de um edifício, em parte pergolada, onde elementos do espaço natural (luz solar, ventos, chuva) são menos controlados; Fig. 3 – praça urbana, aindamenos controle sobre os atributos da natureza, mas o espaço continua predominantemente um artefato; Fig. 4 – na praia, elementos artificiais inexistem exceto pelas residências à beira-mar; Fig. 5 – nas dunas, a natureza é intocada, assim como no canyon – Fig. 6. Esses lugares têm diferentes desempenhos que, em grande medida, dependem de seus atributos e independem do sujeito que os usa ou contempla:pelas práticas

Discriminação feita, e.g., em HILLIER, Bill. Space is the machine. Cambridge: Cambridge University Press, 1996, Cap. 1, ao contrapor o espaço produzido por pensamento “reflexivo” àquele produzido por “códigos sociais inconscientes”. 4 As reduções variam no tempo e segundo os autores. Lembremos o impacto que teve na literatura arquitetônica títulos como GOLDFINGER, Myron....
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