Da tecnologia na organização à organização na tecnologia artigo james r. taylor

Páginas: 40 (9916 palabras) Publicado: 3 de marzo de 2011
Comunicação e Sociedade, vol. 12, 2007, pp. 83-102

Da tecnologia na organização à organização na tecnologia*
James R. Taylor**
Universidade de Montreal, Canadá

Resumo Durante estas três décadas, envolvi-me em avaliações de ambiciosos projectos de introdução de novas tecnologias nas organizações. Testemunhei a repetição deste padrão muito frequentemente: as expectativas iniciais altas,encorajadas pelos aficionados entusiásticos das novas tecnologias, terminam provocando um relativo desapontamento e, às vezes, uma desilusão. Mas após um terço de século talvez esteja na hora de analisar mais profundamente as razões para este fraco desempenho. Neste artigo, sugeri uma possível via de investigação. Coloquei a hipótese de a tecnologia incorporar o “texto” errado sendo incapaz de lidarcom a complexidade das organizações modernas que vivem uma tensão crescente devido aos processos simultâneos e paradoxais de centralização e distribuição. Evidentemente, assumo o pressuposto de que nós definimos o “texto” de uma forma mais sociológica: não como uma fotocópia estática ou uma representação da comunicação organizacional, mas antes como reflexivamente constituído na sua relação com aprática e com os objectos – teoria da co-orientação. Palavras-chave: tecnologia, teoria da co-orientação, escola de Montreal, comunicação organizacional

Introdução
Há três décadas (1975-77), em colaboração com os estudantes de Madeleine Dubé e Nicole Leduc (Dubé, 1978; Leduc, 1978), iniciámos o que era, provavelmente, o primeiro estudo de campo, focalizado nos efeitos estruturais de introduçãode um computador interactivo com mensagens, suportado por um sistema administrativo numa organização (Taylor, 1982a e 1982b). No relatório de investigação, escrevi que
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Tradução de José Pinheiro Neves e Cristina Gonçalves. .

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«a revolução na tecnologia da comunicação está aalcançar os administradores organizacionais» (1982a: 176). Não vejo razão alguma para rever essa afirmação. No entanto, previ também que o processo de transformação seria turbulento devido à lógica dos novos sistemas que, no mínimo, contradizem o controlo racional da burocracia que desde há muito dominavam, tal como Max Weber descreveu, as visões ocidentais sobre a administração eficaz. De facto,dominavam desde o início desta moderna forma de organização. A contradição observada era endémica à própria tecnologia. A primeira geração de programadores, que inventou a sua nova profissão, nos anos 50 e 60, viu a administração assistida por computador como, essencialmente, centralizadora. As imensas capacidades de armazenamento de nova informação e de processamento, suportadas por dispositivosde entrada e saída eficazes, prometeram tornar as operações da organização quase totalmente transparentes, uma espécie de panóptico contemporâneo (prisão onde se consegue ver os prisioneiros sem que estes saibam que estão a ser observados), e, como tal, mais fácil de administrar. A tecnologia facilita, hipoteticamente, um controlo centralizado das operações. Contudo, em 1970, um novo fenómenoapareceu: o computador pessoal (PC). Muito antes, mais ou menos no espaço de uma década, toda a tendência de centralização era contrariada por um desenvolvimento oposto. Por volta de 1990, cada um dos comparativamente minúsculos computadores portáteis, espalhados por todo o mundo, tinha maior capacidade do que as centrais gigantescas de uma década atrás. Agora, os centros centralizados pareciam serminimizados pelos imensos recursos distribuídos pelos utilizadores. A fácil comunicação entre estes é o resultado da convergência das telecomunicações e informática, a que hoje chamamos Internet. O poder foi aparentemente deslocado do centro para a periferia. O nosso estudo, efectuado nos anos 70, estava focado no começo desta última transformação, pois o sistema introduzido era uma das primeiras...
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