Elipse Crítica

Páginas: 12 (2827 palabras) Publicado: 13 de octubre de 2011
Elipse crítica Reflexões a partir de Manfredo Tafuri (1) Fábio Duarte

Introdução, crítica e esfera Nenhum estudo crítico profundo é imparcial, isento de ânimos. Ao contrário, deve estar habilitado e disposto assumir o risco de explicitar suas escolhas intelectuais, pois seu ato implica em retirar o objeto de seu contexto imediato e cotidiano, para o colocar em diálogo com diversos outroselementos de um processo histórico. Giulio Carlo Argan, usando como exemplo que a burguesia no início do século XX preferia Cabanel a Cézane, escreve que o método crítico deve se pautar pela busca de um juízo que fundamente a experiência, restringindo a consideração de não-valores, pois estes levariam a se fazer uma falsa história. Porém, enfatiza que, não se valendo da pretensão de uma verdadecientífica, esse juízo é ele mesmo histórico, referente à uma determinada postura intelectual (2). Em relação à arquitetura, Manfredo Tafuri escreveu da necessidade de pensá-la dentro da "Esfera da História", envolvendo transformações que ocorrem ao longo dos séculos nas linguagens, nos modos de produção e na cultura (3). A partir disso, pode-se dizer que a atualização da crítica arquitetônica faz-se nummovimento duplamente elíptico, com centros e raios diferenciados mas complementares. Na primeira elipse, um objeto é tomado como centro, sendo circundado por referências provenientes de diversas disciplinas que, mais próximas ou distantes em sua proposições estéticas e ideológicas, servem como parâmetros para sua análise. Concomitantemente, numa segunda elipse, desloca-se o objeto de seu contextohistórico, fazendo com que ele esteja sujeito a ressignificações ao tomar contato consciente com diferentes momentos da História.

Esse movimento, avalia Tafuri, traz uma certa insegurança ao trabalho crítico, que às vezes reveste-se de "trapos ideológicos" para não se perder num período arquitetônico privado de utopia, o que é uma fuga de se tentar entender o que acontece atualmente buscandorefúgio em paradigmas que moldaram arquitetos e historiadores das primeiras décadas do século (4). Para Tafuri, o "drama arquitetônico" contemporâneo demonstra uma insegurança baseada tanto no medo de se assumir referências alheias ao universo arquitetônico, imaginando que tudo possa se resolver internamente, quanto na dificuldade de se abandonar o mito da vanguarda perene. Poucos são seus textosdedicados à arquitetura da segunda metade do século 20 (5). Tafuri chegou mesmo a declarar que nada de muito importante havia acontecido após o final dos anos 60 (6). Mas suas observações sobre o "drama arquitetônico" permitem que sua postura intelectual sirva de guia para analisarmos o papel da crítica contemporânea. Paradigmas . vanguarda e experimentalismo Um dos principais instrumentosintelectuais que Manfredo Tafuri construiu, e que está presente em diversos de seus livros, é a distinção entre a Vanguarda e o Experimentalismo. A vanguarda é pautada pela afirmação. À arquitetura de vanguarda deve-se presumir a criação de uma base social, estética, cultural e histórica, sem valorizar de antemão qualquer elemento. A construção do novo é radical, freqüentemente baseado na destruição doanterior. Como escreveu Tafuri, aceita-se o naufrágio desde o início, conscientes de tê-lo escolhido. O experimentalismo firma-se nas contradições. Ele desmonta as linguagens existentes, levando-as à exaustão, para então buscar as possibilidades do novo – eis uma distinção notável: possibilidades do novo e não o novo absoluto das vanguardas. Trabalhando os experimentalismos na arquitetura daterceiro quarto do século XX, Tafuri identificou sintomas de uma angústia paradigmática. Para ele, as principais manifestações dessa angústia concretizavam-se, de um lado, numa arquitetura que busca em sua história a "descrição, classificação e manipulação das leis constantes da arquitetura, com o fim de fundar métodos lógicos e unitários de análise e projetação", e de outro, numa arquitetura que se...
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