Rodriguéz, carolina. sentido, interpretação e história. (resumo)
Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais
RODRIGUÉZ, Carolina (1998). Sentido, interpretação e história. In: ORLANDI, E. P. (org.). A leitura eos leitores. Campinas: Pontes. Pp. 47 – 58.
O texto apresenta como na Análise do Discurso (AD) a questão histórica é colocada na base da reflexão sobre a linguagem. Simultaneamente, a AD seinstitui como uma teoria semântica. A noção de interpretação mobiliza diretamente uma definição do papel do sujeito na constituição dos sentidos, e esse papel se define diferentemente no transcurso dahistória. Esse trabalho visa delimitar qual é a relação específica entre sentido e interpretação, e qual é o papel do sujeito nessa relação. Tanto no pensamento religioso como no pensamento que chamamos denatural, está fora da constituição do sentido. No religioso, os sentidos são dados por Deus, interpretar consiste aí em encontrar sentidos já dados por Deus, e só aqueles autorizados tem direito afazê-lo. Isso consiste em não interpretar. Já no pensamento natural, os sentidos estão dados pela natureza, através da experimentação, a sujeitos autorizados. Neste caso interpretar também consiste em nãointerpretar. Através da “exclusão da interpretação”, o pensamento religioso e o natural excluem o sujeito e a história da constituição do sentido, e ambos buscam a manutenção da necessidade naexplicação dos sentidos e da realidade humana. Logo, a única forma de se construir uma “ciência da história” seria questionando essa necessidade. A interpretação, para a AD, está na própria base daconstrução do sentido. Interpretação, então, é construção de sentidos. Pensar na produção de sentidos como um processo inconsciente de produção de interpretação do real e do próprio sujeito significa pensar queos sentidos podem mudar. Dessa forma, podemos pensar que as sociedades podem ser outras e que as políticas são contingentes. O pensamento cientificista dos dias atuais surge como uma crítica à...
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