Sustainable cities

Resumo: Sustainable Cities – Christopher Mare

Visão Geral

O que significa ser sustentável? Nesse artigo, uma situação sustentável é aquela que pode continuar em um futuro indefinido, por tanto tempo quanto seja possível imaginar.

A minha intenção neste artigo é propor e guiar o leitor na consideração de que o padrão de ocupação chamado “cidade” não é a melhor de atingir asustentabilidade – que a cidade não pode se perpetuar em um futuro indefinido. Isso porque o padrão típico de uma cidade é uma antítese de suas subestruturas biológica e ecológica. Quero mostrar que a ocupação na escala de uma “cidade” é uma situação de crise sócio-econômica; há um debilitante problema de superpopulação na cidade que é tolerável por meio de soluções técnicas e raciocínio filosófico, mas queinfluencia seus habitantes mesmo assim.

Num vilarejo (até 5.000 pessoas), todos se conhecem e as pessoas se sentem ligadas à natureza. Numa cidade interiorana (até 50.000 pessoas), a densidade populacional cresce, tendo uma economia mais diversificada, mas também iniciando um senso de abstração da ecologia local. Esse senso de abstração é uma consequência direta do crescimento da densidadepopulacional e é o ponto central na avaliação sobre a sustentabilidade de uma sociedade, pois essa abstração separa a condição humana de suas subestruturas biológicas e ecológicas e, em seu extremo, leva para a atitude ilusória e autodestrutiva de nos sentirmos separados da Natureza.

• Definição de cidade: é uma ocupação humana que centraliza o poder regional por meio do sucesso econômico,administrando e utilizando recursos de toda uma região. Assim, tem uma postura competitiva, organizada hierarquicamente e refletida no meio construído e no clima social. Assume dimensões verticais, com um grande crescimento populacional, evoluindo para uma metrópole. Sua “pegada ecológica” se estende bem além de seus limites. Na escala de uma cidade, qualquer sentido de integração entre a ocupação e aecologia local é perdido.

A cidade é uma imposição brutal sobre uma paisagem antes viva, geralmente enterrando todos os traços dessa vida embaixo de ruas, construções e bairros. Na cidade, a Natureza é intencionalmente controlada e substituída por um ambiente construído rígido e artificial; as pessoas que vivem e trabalham em seu centro podem morrer sem nunca tocar a grama. A abstração iniciada nacidade interiorana é agora completa e as condições de vida de uma cidade são praticamente mecânicas.

A tese deste artigo é que, para serem verdadeiramente sustentáveis, os padrões de ocupação humana devem ser modelados sobre sistemas vivos, naturais, autorregeneráveis, auto-organizáveis, com o ecologicamente estabelecido vilarejo como a escala apropriada para trabalhar.

O Sistema Isomórficode Continuidade Cidade-Civilização-Global

Uma convicção crescente é de que o atual e predominante “sistema globalizado” é incapaz de continuar em curso por muito mais tempo. Isso porque esse sistema esgota rapidamente a base de recursos da qual depende. Não apenas os recursos naturais e matérias-primas, mas também os recursos culturais – a força, estabilidade e viabilidade a longo prazo decomunidades saudáveis, vivendo no mesmo lugar por muito tempo e desenvolvendo uma cultura única daquele lugar.

Ainda assim, esse sistema não tem nenhum sistema de feedback negativo para corrigir ou controlar o seu autodestrutivo consumo excessivo desses recursos. De fato, umas das características estruturais que definiu a sua morfologia atual é um mecanismo embutido para explorar vorazmente abase de recursos, havendo também feedback positivo que assegura a exploração dos recursos em uma taxa exponencialmente crescente.

Crescimento contínuo, ininterrupto e acelerado é uma característica estrutural e uma política institucionalizada desse sistema. Sem o crescimento continuado – em população, produção, extração, consumo, investimento e inovações tecnológicas – o sistema entrará em...