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Páginas: 6 (1337 palabras)
Publicado: 28 de septiembre de 2012
O caso trata de uma menina de dois anos e meio que viajou dos Estados Unidos para a França com seus pais e seu irmão, na época um bebê. Enquanto seus pais passeavam pela cidade, a menina ficava em um hotel aos cuidados de uma babá recém- conhecida, que falava poucas palavras em inglês, apenas o britânico, e que dava mais atenção ao bebê do que a ela. Nos poucosmomentos em que seus pais permaneciam no hotel, a maior parte da atenção parental também era dirigida ao bebê.
Longe do ambiente familiar, das pessoas conhecidas e dos cheiros, objetos, presenças e sensações habituais, ou seja, tudo aquilo que lhe dava segurança, a menina passava a maior parte de seu tempo sozinha em um quarto repleto de móveis e objetos que refletiam parcialmente sua imagem. Sem anoção desenvolvida de que o que ela via eram fragmentos de sua própria imagem, a menina acreditava estar rodeada de pedaços de outras crianças. Assim, toda a companhia que ela tinha naquele lugar desconhecido era constituída por uma miríade desconectada de fragmentos do outro. Sem ninguém para representar a mediação entre o espaço habitual e o espaço novo, a menina perdeu a tal ponto seusreferenciais que em dois meses tornou-se esquizofrênica, perdendo ao mesmo tempo a linguagem, a capacidade de mastigar e o contato com os objetos: a menina não pegava mais nada com as mãos.
Dolto recebeu a menina em seu consultório dois anos depois. Colocou diante da menina uma massa de modelar e disse: “Você pode pegá-la com sua boca de mão”. Imediatamente a menina pegou a massa e à levou à boca.Segundo Dolto, sua fala realizou uma ligação entre a boca e a mão da menina, colocando uma boca em sua mão. Dolto explica que depois do desmame as mãos funcionam como bocas preênseis com os objetos. Ainda segundo a teórica, a experiência com os espelhos havia dissociado e dispersado seu ser.
PRINCIPAIS CONCEITOS PERTINENTES AO CASO
Desumanização:
- Algo que faz sair do processo deintercomunicação que é específico do ser humano.
Imagem do corpo:
- Fantasia das relações afetivas e eróticas com a mãe, relações eróticas que foram castradas, cada qual a seu tempo;
- Representação imanente inconsciente na qual se origina (para o ser humano) seu desejo.
Imagem inconsciente do corpo:
- Lugar inconsciente de emissão e recepção das emoções inicialmente focalizadas nas zonas erógenas deprazer. Deve ser entendida como uma memória inconsciente do vivido, ou como o “Isso relacional”. Vestígio estrutural da história emocional do sujeito, e não prolongamento psíquico do esquema corporal, a imagem inconsciente do corpo molda-se como uma elaboração de emoções precoces, experimentadas na relação intersubjetiva com os pais nutridores.
Experiência/prova do espelho:
- Forma de castração emque ocorre uma reformulação radical da imagem do corpo. A criança se vê diante de um “aparente ser humano” que não realiza trocas, que é desumanizante quando não há um outro ser humano presente para ajudar-lhe a compreender que se trata apenas de uma imagem dela.
Trata-se de uma prova em que o sujeito se descobre outro, distinto da mãe. Se antes a criança era, para ela mesma, uma mistura do queela vê nos outros e daquilo que ela sente, a prova do espelho produzirá um choque em que a criança constata que a imagem que ela vê no espelho, e que seria ela, é diferente da sensação que ela tinha de si mesma. A imagem escópica torna-se o substituto consciente da imagem do corpo inconsciente: a criança precisa recalcar a imagem do corpo que construiu e aderir à imagem visual de si. Depois daprova do espelho a imagem do corpo fica definitivamente inconsciente, continuando a assegurar nossa coesão interna.
Esta experiência, quando mediatizada por outro ser, garante autonomia à criança, na medida em que a imagem do espelho a obriga a se pensar como um ser na multidão, separado dos outros.
LÉON , O MENINO SEM COSTAS
Léon era um garoto de oito anos de idade que não...
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