Alma guerreira dulce pontes
DULCE PONTES
c
“Alma Guerreira (fogo)”
O Primeiro Canto, 1999
Jesús Labarta
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História da Música
Novembro, 2010
Dulce Pontes, Alma Guerreira
0. ÍNDICE
Pág. 1. DULCE PONTES, ARTISTA TELÚRICA 1.1. APRESENTAÇÃO 1.2. BREVE PERCURSO ARTÍSTICO 3 4
2. WORLD MUSIC 2.1. DEFINIÇÃO 2.2. ORIGEM E BI-MUSICALIDADE 2.3. ETNOMUSICOLOGIA 2.4. O FOLCLORENA MÚSICA MODERNA PORTUGUESA 5 6 7 8
3. O PRIMEIRO CANTO 3.1. PRODUÇÃO E REPERCUSÃO 3.2. PALAVRAS DULCES 3.3. ANÁLISE MUSICAL DE “ALMA GUERREIRA (FOGO)” 3.4. IMAGÉTICA 9 10 11 12
4. BIBLIONETOLOGIA
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Dulce Pontes, Alma Guerreira
1. DULCE PONTES, ARTISTA TELÚRICA
1.1. APRESENTAÇÃO Dulce José Silva Pontes (Montijo, 1969) é uma das cantoras portuguesas mais populares ereconhecidas internacionalmente. Definida como uma artista da World Music, a sua actividade artística contribuiu para o renascimento do Fado nos recentes anos noventa. Dulce distingue-se principalmente pela sua voz, que é versátil, dramática e com uma capacidade invulgar de transmitir emoções. É uma soprano com uma voz potente e penetrante, uma das melhores artistas dentro do panorama musical português. Ojornalista espanhol Maxi De la Peña atribui a Dulce Pontes «a proeza de ter conseguido que os jovens voltassem a apropriar-se da tradição do Fado, provocando um efeito sociológico sem precedentes. Graças a ela muitos jovens artistas portugueses começaram e redescobrir o Fado, produzindo uma fecunda colheita nestes últimos anos». Os convites para parcerias e participações em concertos e gravaçõessão constantes. Já actuou ao lado do italiano Andrea Bocelli, do espanhol José Carreras, da cabo-verdiana Cesária Évora, dos brasileiros Caetano Veloso, Daniela Mercury, Simone e Marisa Monte, do gaiteiro galego Carlos Nuñez, e dos irlandeses The Chieftains, entre muitos outros.
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Dulce Pontes, Alma Guerreira
1.2. BREVE PERCURSO ARTÍSTICO Dulce, quando criança, aprendeu a tocar piano,estudando música no Conservatório de Lisboa. Também aprendeu Dança Contemporânea entre os 7 e os 17 anos de idade. Em 1988, no decorrer de um Casting onde foi seleccionada entre várias candidatas, inicia a sua actividade profissional na Comédia Musical "Enfim sós" prosseguindo com "Quem tramou o Comendador", no Teatro Maria Matos, como actriz, cantora e bailarina. Em 1991 vence o Festival RTP daCanção tendo ido representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção, onde cantou "Lusitana Paixão"[1]. Em 1992 Dulce gravou o seu primeiro álbum, chamado Lusitana. Continha principalmente canções pop, que certamente eram ainda muito abaixo das ambições, capacidades e imaginação artística da Dulce. Todavia, já naquela altura sabia-se que Dulce era uma excelente fadista. As primeiras provas dissoapareceram um ano depois, em 1993, quando foi lançado o seu segundo disco, Lágrimas. Dulce abordou o Fado duma forma pouco ortodoxa. Misturava fado tradicional com ritmos e instrumentos modernos, procurando novas formas de expressão musical. Enriquecia os ritmos ibéricos com sons e motivos inspirados pela tradição da música árabe e balcânica, principalmente búlgara. A sua versão do clássico "Povo QueLavas No Rio" era tudo menos clássica. Mas Lágrimas tinha também faixas bem tradicionais, fados clássicos gravados ao vivo em estúdio e cantados em rigor com todas as exigências do fado ortodoxo. Caminhos, lançado em 1996, continha temas clássicos interpretados com grande façanha, bem como composições originais. A crítica considerou o disco mais maduro: os arranjos eram mais harmoniosos e menosradicais, o que consolidou a posição de Dulce como uma grande fadista, mas também deu bem a entender que nunca ia ser apenas uma fadista. Estava interessada em ser uma artista versátil, heterogénea, que não hesita em ultrapassar as fronteiras de vários géneros musicais, como assim o demonstraria definitivamente, em 1999, o seu seguinte trabalho: O Primeiro Canto.[2] 2003 trouxe uma grande...
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