Aprender Com Deleuze Rene Scherer

Páginas: 18 (4377 palabras) Publicado: 3 de marzo de 2013
René Schérer

APRENDER COM DELEUZE*
RENÉ SCHÉRER**

RESUMO: O aprender ocupa, na filosofia de Gilles Deleuze, um lugar de destaque. É um ato de adaptação e de criação, um agenciamento complexo, que concerne às condições de possibilidade do próprio pensamento: formação da Idéia e formulação do problema. O aprender vai além do saber, esposando a vida toda, inteira, em seu curso apaixonado eimprevisível. Palavras-chave: Aprender. Agenciamento. Pensamento. LEARNING
WITH

DELEUZE

ABSTRACT: Learning occupies a prominent place in the philosophy of Deleuze. It is an act of adaptation and creation, a complex assemblage related to two of the conditions that make thought itself possible: formation of the Idea and formulation of the problem. Learning goes beyond knowledge and envelopsentire life in its passionate and unpredictable course. Key words: Learning. Assemblage. Thought.

* **

Tradução de Tomaz Tadeu e Sandra Corazza. Doutor em Filosofia e professor emérito da Universidade Paris VIII. E-mail: rene.scherer@wanadoo.fr

Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 93, p. 1183-1194, Set./Dez. 2005
Disponível em

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Aprender com Deleuze

edem-me que fale sobre“Deleuze e a educação”. Mas, ignorando, para ser sincero, quais eram as idéias de Deleuze sobre a educação, compreendida como um “sistema educacional voltado à aplicação”, prefiro, em vez disso, falar daquilo que Deleuze nos ensinou, daquilo que continua a nos ensinar sobre ele, sobre o mundo e sobre nós. Há pessoas que tiveram a sorte de escutá-lo, de vê-lo exprimir-se; que tem ainda presente, namente e nos olhos, seu gesto e seu rosto, seu tom, seu charme inimitável. Mas para aquelas pessoas que não fazem parte desse grupo privilegiado, estão disponíveis, graças ao milagre da reprodução técnica da imagem, a gravação audiovisual de suas aulas e esta coisa maravilhosa e excepcional que é o Abecedário, que o torna vivo para sempre, para além de seu desaparecimento físico. Recolheremos aífórmulas decisivas, como aquela que fala do “desejo e seu agenciamento”. Ou esta outra: “não há potência má, mas poderes perversos”. Ou ainda, aprendemos aí sobre a paciência animal do carrapato, para moderar nossa presunção antropológica, demasiadamente humana, que nos leva a nos proclamar os reis da criação. Um Deleuze educador, à maneira de Montaigne ou de Nietzsche. Poderia, assim, limitar-me aremeter a uma projeção dessas seqüências, nas quais cada um apreciaria diretamente, graças à voz e ao gesto perpetuados do filósofo, sua arte de ensinar e de fazer com que se aprenda [d’apprendre et de faire apprendre]. A palavra “apprendre”, permitamme lembrá-lo, reúne, na língua francesa, os dois sentidos, o de “aprender” e o de “ensinar”, em um ato comum entre que aquele que ensina e aquele que éensinado, aquele que fala e aquele que escuta e recebe. Não se trata, de resto, de simples encontro fortuito, contingência, fato empírico, na medida em que a imagem do Deleuze docente foi fixada e volta a viver diante de nós, na medida em que ela repete, de acordo com a nossa vontade, e refaz, sempre renovadamente, nosso aprendizado. Sem dúvida, qualquer outro autor poderia ser, doravante, pelostempos vindouros, gravado e repetível. Mas, justamente, no que concerne a Deleuze, esta empiricidade, como ele poderia ter dito, é quase “transcendental”, ou seja, diz respeito às próprias condições da possibilidade de se dar conta do que quer dizer, partindo dele, “aprender”. Pois, parece-me que esta impregnação sensível e afectiva – que esta repetição na diferença atualiza – ilustra uma davias deleuzianas, uma das grandes idéias sobre um aprendizado que nunca se encerrará na aquisição de um saber, mas que consiste em um processo a ser incessantemente recomeça1184
Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 93, p. 1183-1194, Set./Dez. 2005
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