Arquitectura

Universidade Federal do Pará
Instituto de Tecnologia
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo VI
Profª Dra. Celma Chaves Pont Vidal

André Assunção
Louise Ferry
BELÉM
NOVEMBRO, 2010

INTRODUÇÃO
No século XX a arquitetura passou por mudanças drásticas não apenas com o
surgimento de novos materiais e técnicas, mas por uma profunda revisão dosconceitos do
fazer arquitetônico. Mies Van der Rohe foi um dos grandes nomes da arquitetura
moderna, e suas obras são de grande influência até nos dias de hoje. Este trabalho
abordará o surgimento da arquitetura moderna, seu contexto histórico e as características
desta nova linguagem com foco na obra do arquiteto alemão Mies Van der Rohe.

CONTEXTO HISTÓRICO: SURGIMENTO DO MOVIMENTO MODERNOSéculo XXI à primeira guerra Mundial
O Movimento Moderno não tem uma data ou cidade oficial de nascimento, seu
processo de criação e definição ocorreu na Europa, iniciando-se ao final do século XIX
com o advento da era moderna e a revolução industrial e democrática.
As mudanças geradas por estes eventos foram profundas e envolveram todas as
esferas da sociedade: proporcionou não somente oadvento de novas tecnologias, mas
mudou os meios de produção, a economia e a organização social e espacial dos núcleos
humanos. Essa nova realidade trouxe consigo uma demanda de conflitos dos quais o
homem medieval desconhecia, fomentando novas formas de pensar a sociedade.
Portanto, assim como todos os outros elementos da cultura ocidental a arquitetura
se viu em um processo de repensamento emudança buscando adaptação à nova realidade,
novas necessidades e novos problemas do homem moderno.
Os primeiros pensadores que contribuíram significativamente para o surgimento
do movimento moderno abordavam a temática da relação da industria com a produção
artística/ornamental, elementos vitais do fazer arquitetônico sendo considerado por
Ruskin como elemento principal da Arquitetura(PEVSNER, P.1). Neste cenário o artista
plástico e escritor William Morris estimulava a integração entre a produção industrial e
produção artística de forma sistematizada, aderindo à discussão o caráter social da
produção artística: De fato a indústria conseguia baratear os custos da arte, porém não se
podia simplesmente replicar infinitamente elementos artísticos, mas sim proporcionarprincipalmente novas ferramentas, materiais, tecnologias e possibilidades ao artista de
maneira que ele pudesse produzir mais, de forma mais barata e acessível à toda a
sociedade. Baseado neste pensamento de Morris, o Arts and Crafts Movement (Inglaterra,
década de 1840 a 1900) colaborou para a renovação do artesanato artístico.
A relação entre industria e produção artística teve seu pensamento evoluídopor
outros pensadores como Ashbee, além do desenvolvimento de uma nova linguagem
estilística na Bélgica, que posteriormente se espalhou por diversos países, o Art Noveau,
representado por arquitetos como Otto Wagner, van de Velde e Sullivan, que contribuíram

para o surgimento do movimento moderno como novas formas de pensar o ornamento e a
estrutura, empregando maciçamente o ferro e ovidro. Ao mesmo tempo havia quem o
condenasse, como Adolf Loos que já se posicionava contrário a qualquer tipo de
ornamentação. Todos estes questionamentos em torno das artes e ornamentação culminou
no aparecimento de vanguardas artísticas que questionavam o academicismo e preceitos
estéticos em vigor, produzindo manifestos onde divulgavam seus ideais.
Nas artes plásticas surgem movimentos como ofauvismo, cubismo, futurismo,
entre outros. Na arquitetura e design Multhesius incia o discuso sobre a estandardização
(PEVSNER, p. 23), que ganha força na Alemanha com o surgimento de vanguardas como
a Deustcher Werkbund (1907) que pregavam uma qualidade superior da arte diretamente
ligada ao industrial. A Werkbund baseando-se diretamente em Multhesius teve um papel
primordial por...