As formações discursivas do sujeito no conto chapeuzinho vermelho, de rubem alves

Páginas: 12 (2767 palabras) Publicado: 31 de enero de 2011
Wolney Jácomo de SOUSA .

Resumo:
Tendo em vista que um discurso não é formado a partir do eu, mas, sim, do outro, verificar-se-á à luz da Análise do Discurso Francesa – ADF – como a influência do capitalismo determina a noção de poder diante da sociedade, o que gera, ainda, no ser humano, a necessidade em viver de aparências. Assim, este artigo tem o objetivo de observar as FormaçõesIdeológicas – FI – e as Formações Discursivas – FD – do sujeito tecidas no conto parafrástico, Chapeuzinho Vermelho, de Rubem Alves. Para a realização deste trabalho fez-se importante a utilização de teorias voltadas para a AD, entre eles, cita-se: Charaudeau e Maingueneau (2006), Fiorin (2003), Mussalim e Bentes (2001), Orlandi (2005).
Palavras-chave: formação ideológica; sujeito; chapeuzinho vermelho;formação discursiva

1. Introdução

Antes de se iniciar a análise propriamente dita, é importante ressaltar o contexto histórico de produção do enunciado. Isso é necessário, pois para a Análise do Discurso – AD - não somente o enunciado se faz importante, mas também o momento de produção do mesmo. Dessa forma, o corpus escolhido, a crônica parafrástica Chapeuzinho Vermelho, foi escrito peloescritor Rubem Alves e publicado no ano de 2002, no jornal Correio Popular. A paráfrase é um recurso utilizado pelo autor para atribuir um novo sentido para a sua estória, assim,

a paráfrase é a matriz do sentido, pois não há sentido sem repetição, sem sustentação no saber discursivo, e a polissemia é a fonte da linguagem uma vez que ela é a própria condição de existência dos discursos, pois seos sentidos - e os sujeitos – não fossem múltiplos, não pudessem ser outros, não haveria necessidade de dizer. A polissemia é justamente a simultaneidade de movimentos distintos de sentido no mesmo objeto simbólico. (ORLANDI, 2005, p. 38)

Por meio das palavras do próprio autor é possível ilustrar a sua motivação ao renarrar a estória infantil sob a óptica contemporânea:

Há jeitos de falar ejeitos errados de falar. Jeito certo de falar é aquele que está de acordo com a ideologia. Jeito errado de falar é aquele que não está de acordo com a ideologia – heresias. As heresias na fala não podem ser toleradas. Tem de ser eliminadas. Daí me deu um impulso de reescrever a estória Chapeuzinho Vermelho para os dias de hoje, seguindo as linhas da PC language, PC language, politically corretlanguage, mesmo porque não há criança que acredite na estória como foi escrita. (ALVES, 2009)

A partir da leitura da crônica em estudo pôde-se observar que a linguagem trabalhada na elaboração do texto não é mais a mesma que àquela outra utilizada na primeira versão da estória direcionada ao público infantil. Além desse aspecto, consideraremos, também, que as situações, a visão de mundo, bemcomo as formações ideológicas inscritas na versão tradicional eram outras. Certifica-se, portanto, que

o contexto histórico-social, então, o contexto da enunciação, constitui parte do sentido do discurso e não apenas um apêndice que pode ou não ser considerado. Pode-se dizer que, para a AD, os sentidos são historicamente construídos. (MUSSALIM; BENTES, 2001, p. 131)

2. Apresentação do corpus:Chapeuzinho Vermelho, Rubem Alves.

Era uma vez uma jovem adolescente a quem todos conheciam pelo apelido de Rúbia. Rúbia é uma palavra derivada do latim, rubeus, que quer dizer vermelho, ruivo. Rúbia era ruiva. Ruiva porque tingira o seu cabelo castanho que ela considerava vulgar. Ela pensava que uma ruiva teria mais chances de chamar a atenção de um empresário de modelos que uma morena.Morenas há muitas. O vermelho dos seus cabelos era confirmado pelo seu temperamento: ela era fogo e enrubescia quando ficava brava.
Rúbia morava com sua mãe numa linda mansão no condomínio "Omegaville". Pois numa noite, por volta das 10 horas, sua mãe lhe disse: "Rubinha querida, quero que você me faça um favor..." Rúbia pensou: "Lá vem a mãe de novo". E gritou: "De jeito nenhum. Estou vendo...
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