Carolina Paciencia

CRÍTICA AO INDIVIDUALISMO EXCESSIVO

Introdução

Tivemos como objetivo neste artigo, falar sobre uma característica bem pertinente do liberalismo, o individualismo. Morfologicamente, já dá para se ter uma ideia da relação deles, mas pretendemos aqui, trazer uma problemática, uma crítica a ser elaborada do nosso ponto de vista. Tentaremos analisar o motivo que faz do excesso deindividualismo um problema. Vamos tentar alcançar esse objetivo através da exposição dos fundamentos, principalmente do individualismo, para comprovarmos, como, em excesso, ele pode ser prejudicial.

Desenvolvimento

O liberalismo fundou-se no jusnaturalismo. Resumidamente, esse pensamento filosófico acredita que todos os homens têm um "direto natural" e, ele busca em um indivíduo, e não em umgrupo, a origem do Direito e da Política Legítima. Alguns renomados pensadores que deram origem ao pensamento liberal (Thomas Hobbes, John Locke, Montesquieu e Jean Jacques Rosseau) eram filósofos jusnaturalistas. E ainda assim, eles tinham pensamentos até um pouco opostos entre eles.
A ideologia liberal não nasceu em uma data definida. Veio de uma transição do feudalismo para o capitalismo,no século XVII, quando surgiram um conjunto de idéias e pensamentos com o intuito de dar uma fundamentação teórica para justificar as mudanças que a burguesia estava causando na Europa ao implementar o sistema capitalista.
Os principais valores definidos como fundamentais é a liberdade e a igualdade do homem. E para que isso fosse possível, os homens teriam que abdicar o uso da forçaindividual em prol do Estado, que regularia a relação do homem em busca de seus interesses.
Outro princípio é o individualismo, a natureza humana egoísta em um contrato social; a competição, vencer e ter uma situação econômica favorável; e a propriedade, que é individual, mas que deve ser garantida pelo Estado. O individualismo se tornou o valor fundador das sociedades modernas. Esse princípioliberal pretende delimitar os poderes governamentais no desenvolvimento dos processos sociais e econômicos. Quando ignoramos a hierarquia social, todos podemos ser livres e termos direitos iguais perante o Estado. Em função disso, o que é determinado para cada indivíduo pela sua posição social é abolido, e como conseqüência, o Estado não tem a capacidade de administrar a vida do homem, seja elaindividual ou social. Mas também, o homem passa a não ter referências para se espelhar, ele perde sua noção de direitos e deveres, é como se ocorresse uma desvinculação do indivíduo perante a sociedade. Ele vive em função das suas necessidades individuais, de maneira que a existência do outro varia de acordo com sua necessidade, uma vez que ele só se relaciona com outros seres humanos por puraconveniência, através de uma espécia de 'contrato social'. É lógico, portanto, que cada um acaba se preocupando, acima de tudo, em conseguir vantagens para si mesmo. O homem moderno abdica de todo sistema de crenças e valores, negligenciando a trajetória de sua história social para consagrar a satisfação pessoal. A admissão da propriedade privada acabou prejudicando o Individualismo, uma vez que o homemcomeçou a confundir o que ele é com o que ele possui, fazendo do lucro, e não o aperfeiçoamento individual, o seu objetivo. Propriedade tornou-se sinônimo de posição social, títulos, o que fez com que o homem, ambicioso, tivesse como objetivo acumular diversas propriedades. O homem estará sempre procurando atingir esse objetivo e, ainda que venha a obter mais do que o necessário, ele continuaráprocurando obter mais, numa busca incessável por status.
Toda essa procura pela satisfação social na qual se baseia o individualismo causa, imediatamente, a competição. De acordo com o pensamento individualista, é preciso competir para vencer na vida. É aí que se baseia nossa crítica, uma vez que o individualismo faz com que, para “vencer na vida”, seja necessário derrotar os outros, ignorando...