Casos

Os Novos Mercados: Oportunidades acrescidas para as novas empresas

A par da internacionalização das economias, as últimas décadas do velho século XX vêm sendo marcadas por um rápido desenvolvimento de novas tecnologias, por uma evolução alucinante das comunicações e por mudanças contínuas dos comportamentos dos consumidores.

Tratando-se de um fenómeno dinâmico e com crescimento exponencialpoder-se-á dizer que estamos perante o delinear uma “nova era” que irá produzir alterações com reflexos nítidos nas empresas determinando uma reorientação das suas actividades face às novas regras que lhes são impostas - novos mercados, cada vez mais exigentes e novas actividades onde as fronteiras sectoriais são cada vez menos nítidas.

Dependendo dos níveis de capacidade intrínseca ouadquirida para aproveitar as oportunidades surgidas deste novo contexto assistir-se-á a alguns abandonos, mas fundamentalmente à revitalização do tecido empresarial, quer pela via da modernização das estruturas existentes, quer através da criação de novas empresas.

As empresas que não responderem afirmativamente a esta necessidade de evolução, mantendo comportamentos, atitudes, estratégias e tácticasdesadequadas estarão, por certo, a comprometer a sua competitividade determinando o seu declínio face à concorrência, com as consequências inevitáveis conhecidas por todos.

Perante este cenário o novo empreendedor, aquele em que o passado não faz parte das suas recordações poderá, em princípio, lançar-se por novos caminhos com maior facilidade que o chefe de empresa marcado por um modelo própriode gestão e de funcionamento da sua empresa e pelo cuidado em preservar tudo aquilo que adquiriu ou construiu ao longo dos anos. Para os novos empresários, para os potenciais criadores de empresas, a “nova era”, significa uma expansão dos seus horizontes.

Embora o amanhã seja sempre incerto e possa vir a abrir oportunidades hoje insuspeitadas, os contornos desse futuro próximo podem já serdelineados em termos de probabilidades. Poderemos tentativamente identificar essas oportunidades através de um processo de classificação das actividades segundo uma óptica do seu contributo como eventuais motores da evolução.

Em primeiro lugar tudo leva a crer que os novos mercados serão dominados pelas novas tecnologias.

Em segundo lugar a satisfação das necessidades expressas ou tácitas daspessoas e das empresas tenderá a promover a criação de novas actividades na sua proximidade geográfica.

Em terceiro lugar, deverá ter-se em conta os níveis de desenvolvimento actual de certas actividades, que há alguns anos atrás não faziam parte sequer do nosso imaginário.

E, finalmente, deverá ter-se presente que a técnica pode induzir, também, ao exercício de uma actividade tradicional emcondições e em moldes sem precedentes. Veja-se os casos, por exemplo, da utilização do “cad-cam” nas Indústrias Têxteis e do Vestuário, da introdução de processos inovadores de produção, conservação e embalagem nas Indústrias Alimentares e, também, das novas técnicas de comercialização (televenda, etc.) e do teletrabalho no sector dos Serviços.

Embora a futurologia em matéria de cenárioeconómico seja uma tarefa difícil, arriscamo-nos a afirmar, aparentemente sem o perigo de correr grandes riscos, que a evolução, seguindo aliás as tendências actuais e de um passado recente, surgirá, já num futuro não muito longínquo, associada à inovação e às novas tecnologias.

A MULTIMÉDIA

Neste âmbito, a inovação e o progresso tecnológico verificados na informática, na televisão, nastelecomunicações e a associação destas três áreas fizeram surgir já uma das actividades mais prometedoras no âmbito da informação - a criação de equipamentos “multimédia”. Aqui a informática utiliza a imagem animada, aperfeiçoando uma técnica já empregue nos jogos de vídeo, e acrescentando-lhe a “interactividade” , ou seja a possibilidade do operador intervir sobre um programa desenvolvido. A televisão...