Como enfrentar o crescimento da insegurança urbana na américa latina?

SEN, AMARTYA e BERNADO KLIKSBERG. 2007. Como enfrentar o crescimento da insegurança urbana na América Latina? Em: As pessoas em primeiro lugar. A ética do desenvolvimento e os problemas do mundo globalizado. Companhia das Letras. São Paulo.

O autor inicia o texto com uma descrição sobre o que a criminalidade y os parâmetros “normais” dela no mundo todo, baseando se nos dados proporcionadospela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No texto, ele centra - se no caso da América Latina partindo principalmente de estudos feitos na América Central pela Agencia Norte – Americana para o desenvolvimento Internacional (USAID). Para a OPAS, criminalidade implica danos de qualquer tipo para a sociedade, estando em primeiro lugar os assassinatos, que, por exemplo, são a principal causa demorte em jovens da Colômbia e o Brasil, países que junto a El Salvador e Venezuela, mostram os maiores índices de criminalidade. Da mesma maneira, esta organização afirma que “um índice normal de criminalidade ... [encontra se] entre zero e cinco homicídios a cada 100 mil habitantes por ano”, (259) sendo que ao ultrapassar de oito homicídios, há um quadro de criminalidade “epidémica”. Isso último é oque acontece na America Latina. Por outra parte, o principal fator de criminalidade de acordo com um estudo feito pela USAID em cinco países centro-americanos, é a presencia das maras o fator que mais fomenta essa problemática, tendo presença entre 50 mil e 320 mil destes grupos na América toda, e com uma forte tendência ao crescimento, com a conseqüência que “a media de homicídios é mais do queo dobro da media mundial, tornando a região uma das mais problemáticas do planeta nesse campo”, (260) sendo superada somente pela África. O autor enfatiza também nos custos que a criminalidade apresenta para as sociedades, pois um 14% do PIB desta região estaria investindo se na saúde, segurança y no judiciário pela causa da violência, cifras que são contrastadas com perdidas de menos do 5% do PIBdas nações desenvolvidas pela mesma causa. Estes dados são importantes, sendo que “em vários países da região, as perdas derivadas da violência superam o total de seu investimento nas áreas sociais”, (263) com o incremento dos custos intangíveis como a sensação de insegurança, medo e a conseqüente deterioração da qualidade de vida. Frente à questão da criminalidade, o autor faz menção de umasérie de mitos que surgem no cotidiano com o fim de entender a complexidade do assunto. Desta forma, são mencionados 4 deles: 1- Trata-se de um problema de polícia, que se resolve com mão firme. Sem duvida, é a estratégia mais implementada na região, e se traduze no reforço dos aparatos de segurança. Isto é, maior presença de policiais, que nestes países, aplica sobre tudo para os setores mais pobresda sociedade, gerando repressão, além, porque é uma política que fortalece o julgamento desde muito jovens, incluso, se delega a responsabilidade dos fatos aos padres, quem são sancionados judicialmente.

Esta é uma estratégia surgida duma teoria denominada de “janela quebrada” cunhada em 1982 por Wilson e Kelling, que tem como fundamento a zero tolerância, castigando ate infratores de escassaidade para desta forma, impedir o desenvolvimento de crimes maiores no futuro. Esta estratégia fui utilizada nos países desenvolvidos e deu como resultado, um tipo guerra étnica e xenofóbica, onde também foram incluídas as populações pobres. É descrita por Crawford em 1998 como uma prática de “intolerância seletiva” devido a seu caráter de discriminativa e de imposição para certa parte dasociedade. Além disso, o autor põe de manifesto que na América Latina, sua prática gerou mais problemas que soluções, pois ocasionou problemas de corrupção nos policiais, e deu pé para a criação de grupos paramilitares efetuadores de operações de “limpeza social” que muitas vezes com anuência da policia realizaram assassinatos de crianças para a prevenção de futuras criminalidades, como acontecido em...