Como Trabalha Um-A-Nasio-Jd.
diretor: Marco Antonio Coutinho Jorge
J.-D. Nasio
COMO TRABALHA UM P SICANALISTA?
Tradução: Lucy Magalhães Revisão técnica: Marco Antonio Coutinho Jorge
Tradução autorizada da versão francesa revista pelo autor do seminário “ Comment travaille un psychanalyste?” Copyright © 1999, Juan-David Nasio Copyright da edição em língua portuguesa © 1999: JorgeZahar Editor Ltda. rua México 31 sobreloja 20031-144 Rio de Janeiro, RJ tel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800 editora@zahar.com.br www.zahar.com.br Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98) Capa: Sérgio Campante
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores deLivros, RJ N211c Nasio, Juan-David Como trabalha um psicanalista? J.-D. Nasio; tradução, Lucy Magalhães; revisão técnica, Marco Antonio Coutinho Jorge. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999 (Transmissão da Psicanálise) Tradução de: Comment travaille un psychanalyste? ISBN 978-85-7110-514-0 1. Psicanálise. 2. Psicanalistas. I. Título. II. Série. 99-0932 CDD: 150.195 CDU: 159.964.22
SUMÁRIO
I.A técnica analítica, 7
*
II. O caráter de analisabilidade, 30
*
III. A natureza da transferência, 56
*
IV. A seqüência dolorosa da transferência, 77
*
V. A contratransferência, 99
*
VI. A contratransferência e o lugar do analista, 120
*
VII. A interpretação, 140
*
VIII. A cura, 159
*
Índice geral, 171
O que o paciente viveu sob a forma de transferência nuncamais esquecerá. Sigmund Freud
I
A técnica analítica
A técnica analítica
O analista dirige o tratamento e o tratamento se produz.
Abertura
Retomo meu seminário em seu décimo ano. Faz uma década que inaugurei este ensino destinado aos analistas, na Escola Freudiana de Paris, em 1977 e 1978. Naquela época, estava preocupado em demonstrar e justificar a seguinte tese: acreditava, e aindaacredito, que a posição do psicanalista é tal que se aproxima, no limite, de uma posição feminina, que então eu chamava de “posição feminina do psicanalista”. Hoje, daremos um passo à frente e falaremos do analista, mas agora do analista que está instalado no lugar a partir do qual ele poderá dirigir um tratamento. O título que pensei para este seminário — “A direção do tratamento” — retoma o deum texto de Lacan que se encontra nos Escritos, “A direção do tratamento e os princípios de seu poder”. Na transcrição dessas reuniões, minha intenção é chegar até os mecanismos íntimos do trabalho do psicanalista em seu próprio campo, e assim demonstrar que o psicanalista trabalha, antes de tudo, com o seu inconsciente. A caricatura do analista eternamente silencioso, sugerindo que a análise sedesenrola ao sabor da fala, é uma visão incorreta. É uma caricatura errônea do nosso trabalho de analista e lhe é nociva. O que desejo demonstrar neste ano é que nós, analistas, trabalhamos ativamente, de uma forma que não consiste simplesmente em deixar que a palavra surja. Quero dizer que temos perspectivas, expectativas, objetivos, decepções, porque estamos na posição muito precisa que
7
8Como trabalha um psicanalista?
podemos chamar “de política, de estratégia e de tática”, como diz Lacan no seu texto. O analista dirige portanto o tratamento. Mais do que uma volta a Freud, como Lacan proclamou na sua época, damos agora o sinal de uma volta à afirmação de que o tratamento se conduz e se dirige. Parece-me necessário, atualmente, retomar os princípios de nossa ação, ver comoesses princípios evoluíram de Freud até nossos dias e considerá-los em sua atualidade de hoje. Nesta noite, portanto, vamos abordar a questão muito geral dos momentos do desenrolar do tratamento, das diferentes fases de um tratamento. E em um segundo tempo, lembrarei as origens da técnica psicanalítica, isto é, as origens no nível do método catártico. Mas, antes de começar, desejaria formular...
Regístrate para leer el documento completo.