Controlo Activo De Perdas De Água
A experiência da Águas de Coimbra
Joaquim J. O. SOUSA (1); Jorge L. S. S. TEMIDO (2) RESUMO O Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais, para o período 2007-2013 (PEAASAR II), define como grande objectivo estratégico a “sustentabilidade do sector”, referindo que esta implica “a melhoria da produtividade e da eficiência”.Efectivamente, a sustentabilidade é, actualmente, uma grande preocupação das entidades gestoras dos sistemas de abastecimento de água. Face ao panorama do nosso País, em que, de um modo geral, as perdas de água assumem proporções bem acima do que seria desejável (enquanto o PEAASAR II fixa como objectivo operacional reduzir as perdas de água para níveis inferiores a 20%, muitos sistemas apresentamperdas da ordem dos 50%), uma das medidas que poderá desempenhar um papel crucial neste contexto é o controlo activo de perdas de água. Esta comunicação aborda a experiência da empresa Águas de Coimbra, EEM, e nela apresentam-se as medidas implementadas e as técnicas e equipamentos utilizados. O trabalho desenvolvido e os resultados alcançados são ilustrados através de um estudo de caso: a ZMCCastanheira. Este sistema, apesar da sua reduzida dimensão (2 reservatórios, 14 quilómetros de condutas e 555 ramais), é bem ilustrativo dos benefícios que se podem alcançar com o controlo activo de perdas de água. Palavras-chave: Controlo activo de perdas de água, detecção de fugas, perdas de água, zonas de medição e controlo (ZMC).
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Professor Adjunto, Instituto Superior de Engenharia deCoimbra, Departamento de Engenharia Civil, Rua Pedro Nunes - Quinta da Nora, 3030-199 COIMBRA, jjoseng@isec.pt
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Professor Auxiliar Convidado, Universidade de Coimbra, Departamento de Engenharia Civil, Pólo II – Pinhal de Marrocos, 3030 – 290 Coimbra, jtemido@dec.uc.pt
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1 INTRODUÇÃO O Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais, para o período2007-2013 (PEAASAR II), define como um dos três grandes objectivos estratégicos a “sustentabilidade do sector”, referindo que esta implica “a melhoria da produtividade e da eficiência”. Efectivamente, a sustentabilidade é, actualmente, uma grande preocupação das entidades gestoras dos sistemas de abastecimento de água. Face ao panorama do nosso País, em que, de um modo geral, as perdas de água assumemproporções bem acima do que seria desejável (refira-se que o PEAASAR II fixa como objectivo operacional reduzir as perdas de água para níveis inferiores a 20%, quando na realidade muitos sistemas apresentam perdas da ordem dos 50%), uma das medidas que poderá desempenhar um papel crucial neste contexto é o controlo activo de perdas de água. Por um lado, o controlo das perdas aparentes, ao reduzira quantidade de água que é efectivamente consumida mas, como não é devidamente medida, não é facturada, contribui para o aumento da receita. Por outro lado, o controlo das perdas reais, ao reduzir a quantidade de água que é introduzida no sistema mas que não chega aos consumidores, contribui para a redução dos custos. Os benefícios do controlo activo das perdas reais podem dividir-se em directose indirectos. Os benefícos directos mais visíveis são, sem dúvida, o aumento da facturação, resultante da redução dos erros de subcontagem e do uso não autorizado, e a diminuição dos custos de produção e transporte, resultante da redução das perdas reais. Mas existem outros benefícios, eventualmente com menor expressão, mas também importantes, podendo salientar-se: a diminuição da utilização dosrecursos hídricos (consequência da redução do volume de água perdida); o aumento da relação capacidade de armazenamento/volume de água distribuída (melhores condições operacionais); a optimização energética (redução dos consumos de energia e melhor aproveitamento dos períodos de tarifas mais económicas); o adiamento de eventuais necessidades de reforço de capacidade dos sistemas (redução das...
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