Dois dogmas do empirismo

Páginas: 12 (2881 palabras) Publicado: 10 de agosto de 2010
Dois Dogmas do Empirismo
Willar Van Orman Quine

O empirismo moderno foi na maior parte condicionado por dois dogmas. Um é a crença em alguma desunião fundamental entre os juízos que são analíticos, ou fundados em significados independentemente das questões de fato, e juízos que são sintéticos, ou baseados em fatos. O outro dogma é o reducionismo: a crença de que uma fraseenunciativa é equivalente a alguma construção lógica sobre termos que se referem a experiência imediata. Ambos os dogmas, eu argumento, são nocivos. Um efeito de abandoná-los é, como veremos, um desaparecimento das supostas ligações entre a metafísica especulativa e a ciência natural. Outro efeito é um avanço em direção ao pragmatismo.

1.PLANO DE FUNDO PARA A ANALITICIDADE

A separação deKant entre os juízos analíticos e sintéticos foi prenunciada pela distinção de Hume entre relações de idéias e questões de fato, e na distinção de Leibniz entre verdades de razão e verdades de fato. Leibniz falou das verdades de razão como verdadeiras em todos os mundos possíveis. Deixando o aspecto pitoresco de lado, isso significa dizer que as verdades de razão são aquelas quenão poderiam ser falsas. No mesmo estilo nós ouvimos que proposições analíticas serem definidas como proposições das quais as negações são auto-contraditórias. Mas essa definitção tem pouco valor explicativo; a noção de auto-contradição, no sentido mais amplo necessário para essa definição de analiticidade, se situa na mesma necessidade de esclarecimento que a noção de analiticidade possui. As duas noções são os doislados da mesma moeda duvidosa.
Kant considerou uma proposição analítica como aquela que atribui ao seu sujeito não mais do que já está conceitualmente contido no sujeito. Esta formulação tem duas consequências: se limita a frases de forma sujeito-predicado, e apela para a noção de conteúdo que é deixada em um nível metafórico. Mas a intenção de Kant, mais evidente do uso queele faz da noção de analiticidade do que sua definição da mesma, pode ser reformulada da seguinte forma: um juízo é analítico quando é verdadeiro em virtude dos significados e independente do fato. Seguindo esta linha, nos permita examinar o conceito de significado que é pressuposto.
(Versão de 1951)
Nós devemos observar, como ponto de partida, que significado não é para ser identificadocomo nomeação ou referência. Considere o exemplo de Frege da ‘Estrela Vespertina’ e ‘Estrela D’alva’. Entendida não meramente como uma aparição noturna recorrente, mas como um corpo, a Estrela Vespertina é o planeta Venus, e a Estrela D’alva é a mesma coisa. Os dois termos particulares nomeam a mesma coisa. Mas os significados devem ser tratados como distintos, desde que a identidade ‘Estrela Vespertina = EstrelaD’alva’ é uma proposição de fato estabelecida pela observação astronômica. Se ‘Estrela Vespertina’ e ‘Estrela D’alva’ fossem iguais no significado, a identidade ‘Estrela Vespertina = Estrela D’alva’ seria analítica.
Novamente há o exemplo de Russell, do ‘Scott’ e ‘o autor de Waverly’. A análise de significados de palavras de maneira nenhuma foi suficiente para revelar a George IV quea pessoa nomeada por esses dois termos particulares era uma e a mesma.
A distinção entre significado e nomeação é não menos importante no nível de termos abstratos. Os termos ‘9′ e ‘O número de planetas’ nomeam uma e a mesma entidade abstrata mas presumivelmente deve ser considerada como diferente no significado; a observação astronômica foi necessária, e não mera reflexão de significados, paradeterminar que a entidade em questão é a mesma.
Até aqui nós consideramos os termos singulares.
(Versão de 1961)
Significado, nos permita recordar, não deve ser identificado como nomeação. O exemplo de Frege da ‘Estrela Vespertina’ e ‘Estrela D’alva’ e o exemplo de Russel, ‘Scott’ e ‘O autor de Waverly’, ilustram que termos podem nomear a mesma coisa mas são...
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