Dois dogmas do empirismo
PPG-Fil, 03/09/2007
Avisos:
¡Sí, se puede!
1. Textos de reflexão livre
Ana R. S.:
O texto “Carnap and logical truth” apresenta uma grande dificuldade, ao ponto de me impossibilitar de elaborar qualquer comentário interessante a seu respeito. Diante disso, me limitei a formular três questões que procuram apontar as principais teses deQuine no texto referido. Sublinho que essas questões não mostram nada senão uma tentativa de ler o texto.
1. Com respeito à parte II do texto: qual poderia ser o escopo do termo “verdade-lógica”?
2. Com respeito à parte V do texto: o que leva Quine a reduzir os postulados lógico-matemáticos a escolhas deliberadas, injustificadas e adotadas por meras razões de elegância?
3. Com respeito à parte VIdo texto: Como a tentativa de identificar o papel da convenção no conhecimento a priori acaba comprometendo a própria distinção entre sentenças a priori e a posteriori?
[1. “verdade lógica”: pode querer dizer apenas as verdades da lógica elementar ou estas e também as da teoria dos conjuntos;
2. na seção V, o tema é teoria dos conjuntos, e o que Quine diz é que nossa atitude inicial é a detratar os postulados como sendo justificados exclusivamente em termos de elegância e conveniência; isso é permitido pelo caráter abstrato das entidades da teoria; o que Quine está fazendo nesta seção é ver se é razoável considerar a verdade de alguma frase (no caso, as da teoria dos conjuntos) como sendo justificada em virtude do seu significado; como a nossa atitude inicial com relação às afirmaçõessobre as entidades da teoria dos conjuntos é a de que são adotadas por elegância e conveniência, parece que aqui temos um bom candidato à verdades justificadas apenas em virtude do significado, pois a verdade dessas afirmações parece ser postulada; mas há dois tipos de postulação, a legislativa e a discursiva; a primeira institui uma verdade por convenção, a segunda seleciona (também porconvenção) uma verdade já existente e dá-lhe um estatuto especial (como axioma de um sistema, por exemplo); apenas a postulação legislativa estabelece uma verdade por convenção (portanto, uma verdade em virtude do significado das palavras que compõe a frase); no entanto, uma verdade que é inicialmente postulada legislativamente, depois de postulada, passa a integrar o corpus de uma teoria como qualqueroutra verdade: “the artificiality of their origin does not linger as a localized quality, but suffuses the corpus. If a subsequent expositor singles out those once legislatively postulated truths again as postulates, this signifies nothing; he is engaged only in discursive postulation. He could as well choose his postulates from elsewhere in the corpus, and will if he thinks this serves his expositoryneeds.” (CLT, p. 120)
3. “We have been at a loss to give substance to the linguistic doctrine, particularly of elementary logical truth, or to the doctrine that the familiar truths of logic are true by convention. We have found some sense in the notion of truth by convention, but only as attaching to a process of adoption, viz., legislative postulation, and not as a lingering trait of thelegislatively postulated sentence. Surveying current events, we note legislative postulation in set theory and, at a more elementary level, in connection with the law of excluded middle.
“And do we not find the same continually in the theoretical hypotheses of natural science itself? What seemed to smack of convention in set theory (§V), at any rate, was ‘deliberate choice, set forth unaccompaniedby any attempt at justification other than in terms of elegance and convenience’; and to what theoretical hypothesis of natural science might not this same character be attributed? For surely the justification of any theoretical hypothesis can, at the time of hypothesis, consist in no more than the elegance or convenience which the hypothesis brings to the containing body of laws and data. How...
Regístrate para leer el documento completo.