Educaçao
E APRENDIZAGEM
Arnaldo Nogaro1
Eliane Granella2
INTRODUÇÃO
Embora haja um certo consenso em torno da necessidade e da viabilidade de realizar uma avaliação compatível com a concepção de aprendizagem como um processo permanente, marcado por continuidades,
rupturas e retrocessos, os processos e resultados escolares continuam profundamente marcados pela ótica dahomogeneidade, fazendo coincidir
avaliar e julgar, considerando como relevante o que o educando acertou e errou.
A avaliação escolar, na perspectiva excludente, silencia as pessoas, suas culturas e seus processos de construção do conhecimento, desvalorizando saberes; fortalece a hierarquia que está posta, contribuindo
para que diversos saberes sejam apagados, percam sua existência e seconfirmem como a ausência de conhecimento. A classificação das respostas
em acertos e erros, ou satisfatórios e insatisfatórios, fundamenta-se numa concepção de que saber e não saber são excludentes, pois a avaliação sempre foi uma atividade de controle que visava selecionar, e neste sentido, o prazer de aprender desaparece quando a aprendizagem se resume em notas e provas, onde o medo de errar éconstante. A avaliação crítica vai além deste. Está inserida dentro de um ensino integral, no qual o professor acompanha o processo desenvolvido pelo educando, podendo ajudá-lo
no seu percurso escolar, fundamentado no diálogo, reajustando continuamente o processo de ensino, aonde todos chegam e alcançam com sucesso os objetivos definidos, revelando suas potencialidades.
O erro possui uma multiplicidadede conceitos, que podem ser de inclusão, de construção ou de uma ideologia da incompetência do outro, refletindo diretamente no processo de aprendizagem, sendo fator decisivo para o sucesso ou fracasso. O conceito de erro é fundamental no processo avaliativo.
É dentro desta ótica que construímos este texto que tem por objetivo evidenciar a importância de uma postura crítica dos educadores frenteo
erro no processo avaliativo, observando sua relação com o fracasso escolar.
Sobre a idéia de erro
O ser humano, desde os tempos primitivos, buscou e busca soluções de problemas existenciais e estruturais. Enquanto buscava por soluções ia se deparando com respostas negativas e com fracassos.
Surgiam, assim, os erros. Para analisar o erro é preciso que tenhamos uma idéia bem definida acerca do que seja e de como se apresenta. Para melhor elucidar a visão de erro, algumas concepções são muito importantes.
Gramaticalmente, a Língua Portuguesa classifica o erro como substantivo masculino e, no dicionário Aurélio (1986, p. 679), encontramos a seguinte
forma: “Erro: Ato ou efeito de errar; juízo falso; desacerto, engano; incorreção, inexatidão; desvio do bom caminho, desregramento,falta.”
Geralmente, o significado atribuído ao verbo “errar” nos remete a uma interpretação contextual de fracasso. Em Ferreira (1986, p. 679) o
verbo errar é apresentado com o significado de: “cometer erro; enganarse; não acertar; falhar.” Significa ainda, segundo o autor: “[...] ato ou efeito
de errar; juízo falso; incorreção, inexatidão; desvio do bom caminho; falta.” (FERREIRA, 1986, p.679).A ciência elaborou uma teoria para explicar a decisão que os pesquisadores assumem de rejeitar resultados experimentais muito divergentes. Tais resultados, para a ciência, podem ocorrer por acidente ou, com maior ou menor freqüência, por falhas da habilidade ou dos
cuidados do pesquisador. Assim, a Teoria dos Erros (ENCICLOPÉDIA BARSA, 1998, p. 454) é o “[...] conjunto de processos empregadospara a correção dos erros cometidos na realização de uma medida ou de uma série de medidas.”
A filosofia trata do erro focalizando-o dentro da ética e da moral. Neste contexto a moral é o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de homens. Neste sentido, o homem
moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acerta ou transgride as regras do grupo. Ética,...
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