Encontros morenos
E lá chegava ele aquela cidade de moral cristã que cheira a couro. Suas férias já esvaeciam com o final daquele junho. Junho frio, mas, quente chato e ardenteque ele nunca vai esquecer – sempre tivera a impressão de que pior do que as aulas, eram as férias. Quando desceu do ônibus que o levaria até aquela cidade. Lembrou-se de vários acontecimentos quetivera ali naquela pracinha defronte a padaria Estrela. Uns bons, outros maravilhosamente desagradáveis – sabe quando uma coisa é tão ruim, mas você encontra algo bom no meio do tiroteio e é como seaquilo de bom fizesse as coisas ruins desaparecerem de vez? – era assim que ele se sentia. Voltando ao fato, encontrou amigos, outros não tanto assim. Ligou pra Ela, que não atendeu. Ligou novamente enada. Como alguém compra um telefone celular e não o carrega consigo, deixa-o na cama e sai de casa? ou deixa o aparelho dentro do carro dentro da garagem? – a tia Márcia faz isso. Ligou pra casa dela enada. Enfim num dos 53 contatos possíveis a encontrou, na verdade encontrou a mãe da moça. Que com um tom de voz oblíquo, disse que ela – a moça – tinha ido fazer serviço de banco. Ele não deixourecado com receio de que a mãe não o repassasse e só pediu pra que a moça retornasse a ligação. Ainda desconfiado da mãe ele não ficou satisfeito e foi ao banco, a todos os bancos possíveis e as casasLotéricas também – hoje em dia se faz praticamente tudo nas casas Lotéricas, e claro os joguinhos que as atendentes quase nos obrigam a fazer – mas nada da moça. Já estava cansado de tanto caminhar e parounaquela cafeteria de sempre que ia todo o dia do último ano para comer um pão francês e tomar uma xícara de café, tudo isso por R$ 1,00. E num momento de mágica hollywoodiana e sobre-humana. Elaestava ali mesma cafeteria que ele. Os dois ali, ela saindo e ele entrando, ela com sacolas nas mãos e ele com as palmas úmidas de nervosismo. Sentaram e conversaram por uma meia hora, o que pra ele...
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