Graduada

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU Programa de Pós-Graduação em Urbanismo – PROURB

Curso: Mestrado em Urbanismo Disciplina: Metodologia da Pesquisa Professora: Eliane Bessa Período: 2012/1 Aluna: Flávia Neves Maia

Trabalho Final da Disciplina:

Análise crítica e comparada de dois autores que tratam do tema pretendido para adissertação do mestrado.

Tema pretendido para a dissertação:

Planejamento Urbano Criativo para Enfrentamento da Mudança Climática na Pós-Modernidade: Possíveis Contribuições de De Masi ao Guia para Elaboração do Plano Diretor Participativo Brasileiro

Autores escolhidos:

DE MASI, Domenico. Criatividade e Grupos Criativos. Tradução de Léa Manzi e Yadyr Figueiredo. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.Parte I – Descoberta e Invenção.

LEMOS, Maria Fernanda Rodrigues Campos. Adaptação De Cidades Para Mudança Climática: Uma Metodologia de Analise para os Planos Diretores Municipais. 2010. 272f. Tese (Doutorado em Urbanismo) – Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

1

Novos paradigmas, diferentes daqueles da modernidade, regem asociedade pós-moderna. Alguns campos do conhecimento humano, entretanto, permanecem em inércia epistemológica, não tendo incorporado completamente estes paradigmas às suas teorias e práticas. Um destes campos - acredita-se é o do planejamento urbano. Instrumentos de planejamento impregnados de conceitos que respondiam satisfatoriamente às necessidades da cidade industrial, mas que, para as demandasda cidade pós-industrial, não fazem mais sentido, mostram-se ineficazes. Além de não serem capazes de solucionar os problemas atuais e futuros, estes instrumentos, com frequência, os agravam.

Esta constatação tem graves repercussões. As cidades são as grandes causadoras da crise socioambiental que se apresenta, mas também são os lugares onde as chances de organização para seu enfrentamento sãomaiores. Se o planejamento de ações a serem empreendidas no meio urbano ignoram o contexto atual e os cenários futuros, ele condena, mesmo antes que estas ações sejam executadas, o meio urbano - e, por conseguinte, todo o planeta ao colapso.

O tema pretendido para a dissertação parte da percepção, então, de que, diante de um presente pós-moderno e de um futuro incerto, o planejamento dascidades pode e precisa apostar em inovações e criações – em especial, as que são resultado de contribuições coletivas. Os desafios impostos hoje ao homem pela natureza e por ele próprio não têm precedentes e, por isso, como nos outros pontos de inflexão da história similares em importância ao atual, apenas a criatividade e a inovação garantirão que a humanidade perdure.

Confrontando conhecimentosrelativos ao planejamento das cidades para enfrentamento da mudança climática - especificamente o caso dos planos diretores dos municípios brasileiros – da pesquisa de Lemos (2011) com os estudos de De Masi (2003) sobre a criatividade – especialmente recorrendo à sua reconstituição histórica da expressão da criatividade humana; aos paradigmas que regem a pós-modernidade e às condições quefavorecem o
2

sucesso dos grupos criativos – busca-se demonstrar que, não só a incorporação da criatividade coletiva ao planejamento urbano mostra-se extremamente favorável neste momento, como se constitui na forma mais eficaz de superação dos desafios que se assomam.

Alguns cruzamentos preliminares de ideias que nos são apresentadas pelos dois autores escolhidos já nos permitem defender avalidade desta hipótese. 1. Do Industrial ao Pós-Industrial – da Cultura da Executividade à Cultura da Criatividade e da Programação. “Assistimos à substituição das certezas e seguranças que sustentavam a sociedade industrial pelas incertezas e riscos que herdamos dos processos de industrialização”. Assim Lemos (2011) inicia sua tese. Nela, recorrendo a autores como Beck, defende que “a sociedade...