Identidade Cultural Na Pós-Modernidade

1. Referência Bibliográfica
HALL, S. Identidade Cultural na Pós-Modernidade.Rio de Janeiro:DP 8
A, 2005.
2. O autor
Stuart Hall nasceu em 3 de fevereiro de 1932 em Kingston, Jamaica.Foi cedo para fora de seu país, concluindo seus estudos no Reino Unido. É considerado uma grande referência nas teorias culturais, contribuindo significadamente para os estudos dos meios de comunicação e dacultura. Trabalhou na Universidade de Birmigham Center for Cultural Studies. Foi um dos idealizadores da Open University e lesionou no local durante os períodos de 1979 e 1997. Hall orienta boa parte dos seus trabalhos para o estudo da linguagem e como esta é determinada por um conjunto de poderes, instituições, economia e política.
2. A obra

CAP. 1 – A IDENTIDADE EM QUESTÃO
“A questão daidentidade está sendo discutida na teoria social. Em essência, o argumento é o seguinte: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o individuo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. A assim chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocandoas estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.”(pag.7)

Hall no início da obra coloca que estamos vivendo diversos conflitos culturais identitários na modernidade, com suas colocações e provocações acerca do tema. O livro: A identidade cultural na pós-modernidade primeiramenteprovoca a pensar a identidade e a responder questões que indagam sobre a crise ou não de identidade e o que isso implica . Hall tenta definir sujeito e traz a mudança do conceito de sujeito e de identidade contemporâneo. Através de três concepções de classificação de identidade individual, com base no momento histórico e no conhecimento aplicado, Hall aponta três tipos: o Sujeito Moderno, o SujeitoSociológico e o Sujeito pós moderno, com cada um com sua identidade sendo modificada de acordo com o seu contexto histórico-social.
O autor coloca neste capitulo que a questão da identidade também está muito ligada ao caráter da mudança na modernidade tardia, ou seja, ao fenômeno da globalização e seus impactos na identidade cultural.Essa caráter tardio é bastante relevante na mudança do sujeitoModerno(centrado, objetivo, razão) para o sujeito contemporâneo(identidade móvel)

O QUE ESTÁ EM JOGO NA QUESTÃO DAS IDENTIDADES? CAP. 2 – (p. 18).

“Até aqui os argumentos parecem bastante abstratos. Para dar alguma idéia de como eles se aplicam a uma situação concreta e do que está "em jogo" nessas contestadas definições de identidade e mudança, vamos tomar um exemplo que ilustra asconseqüências 'políticas' da fragmentação ou "pluralização" de identidades. Em 1991, o então presidente americano, Bush, ansioso por restaurar uma maioria conservadora na Suprema Corte americana, encaminhou a indicação de Clarence Thomas, um juiz negro de visões políticas conservadoras. No julgamento de Bush, os eleitores brancos (que podiam ter preconceitos em relação a um juiz negro) provavelmente apoiariamThomas porque ele era conservador em termos de legislação de igualdade de direitos, e os eleitores negros (que apóiam políticas liberais em questões de raça) apoiariam Thomas porque ele era negro. Em síntese, o presidente estava "jogando o jogo das identidades". Durante as "audiências" em torno da indicação, no Senado, o juiz Thomas foi acusado de assédio sexual por uma mulher negra, Anita Hill,uma ex-colega de Thomas. As audiências causaram um escândalo público e polarizaram a sociedade americana. Alguns negros apoiaram Thomas, baseados na questão da raça; outros se opuseram a ele, tomando como base a questão sexual. As mulheres negras estavam divididas, dependendo de qual identidade prevalecia: sua identidade como negra ou sua identidade como mulher. Os homens negros também estavam...