Issues About Brazilian Art In The Mercosul Biennial
Resumo
Este artigo identifica os modos de apresentação e distinção
da produção artística brasileira durante as Bienais do
Mercosul frente a ambivalência dos discursos curatoriais,
especialmente sobre a globalização e internacionalização
da arte contemporânea em circuitos regionais. Olhando
para as produções nacionais de destaque aolongo dos anos,
identifica o reaparecimento de artistas e também examina o
papel das homenagens a cada edição.
Palavras-chave:
Curadoria, Arte Brasileira, Bienal
do Mercosul
10 VISUALIDADES, Goiânia v.9 n.1 p. 09-23, jan-jun 2011
Issues about Brazilian Art in the
Mercosur biennials
Bianca Knaak
Abstract
This paper identifies the modes of presentation and the
distinction of the Brazilianartistic production throughout
the Mercosul Biennials on face of the ambivalence of
curatorial discourses, especially on globalization and
internationalization of contemporary art in regional circuits.
Looking for the national productions highlighted over
the years; identifies the of artists reappearance and also
examines the role of tributes to each edition.
Keywords:
Curator, BrazilianArt,
Mercosul Biennial
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VISUALIDADES, Goiânia v.9 n.1 p. 09-23, jan-jun 2011
Bianca Knaak. Questões sobre Arte Brasileira nas bienais do Mercosul
Na Bienal de Artes Visuais do Mercosul os modos de apresentação
e distinção da produção artística brasileira, com notáveis
variações/ reavaliações a cada edição, incluem a tarefa
de entender o esforço localizado para a articulação internacionalda produção artística contemporânea regional (central
para os seus pares e periférica em relação aos seus modelos)
numa era de fluxos, câmbios e impermanências de riquezas,
culturas e identidades.
Seguindo um modelo de exposição bastante ajustado a realidade
brasileira do sul do país, embora seja ainda jovem no
roteiro das bienais internacionais, a mostra em Porto Alegre
já se notabilizouentre os gestores culturais brasileiros, tanto
por seus procedimentos administrativos quanto por suas
investidas curatoriais. Seu modus operandis é afinado e pró-
-ativo, diria mesmo afirmativo, para uma produção regional
de interesse artístico global. Nota desse reconhecimento é a
participação de Justo Werlang – um dos fundadores e mais
atuantes dirigentes da Fundação Bienal do Mercosul – nadiretoria
da 29ª Bienal de São Paulo (BSP) aliada a promessa do
presidente da Fundação BSP de promover um “olhar para a
arte contemporânea a partir de uma ótica brasileira” (MARTINS,
2009). Werlang, referindo-se à 1ª Bienal de Artes Visuais
do Mercosul, que pretendia reescrever a história da arte
sob a perspectiva “não euro-norte-americana”1, logo identificou
essa promessa “com o que sefazia em Porto Alegre” (apud
MARTÍ, 2009).
Apesar da intenção política dessa ótica brasileira aproximando
as bienais de São Paulo e do Mercosul – e, embora em
ambas, a organização unificada da cultura artística regional
reunida nas bienais seja um recurso espetacular de visibilidade,
análogo às necessidades econômicas promocionais no
mercado internacional – as curadorias de cada uma (aindaque se repitam ou alternem) seguem jogando, driblando e
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reinventando distintamente as teses de independência cultural
para a promoção da arte brasileira. Defendem que a globalização
e as trocas culturais que lhes são peculiares não representam
a homogeneização total dos bens culturais e nem a
completa mercantilização da arte. Antes,tensionam o campo
artístico em suas instâncias de visibilidade e estratégias de
distinção social com suas tendências comerciais.
Explicitamente, no entanto, a promoção identitária territorializada
não parece ser a tônica dos critérios seletivos das
curadorias propostas em bienais. Em boa medida a análise
dessas curadorias – como de resto de todas as grandes exposições
– nos encaminha para um...
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