Jacques Derrida: Da Linguagem À Escritura, Da Escritura Como Transbordamento

Páginas: 15 (3546 palabras) Publicado: 20 de enero de 2013
DARDEAU, D. Ensaios Filosóficos, Volume III - abril/2011

Jacques Derrida:
da linguagem à escritura, da escritura como transbordamento
Denise Dardeau1

Resumo: O presente texto tem o intuito de investigar a
problemática trazida por Jacques Derrida em Gramatologia
acerca da transformação da linguagem que se faz ver a partir da
proliferação, sobretudo no século XX, de alguns de seusdiferentes tipos e de algumas abordagens a respeito. Para
Derrida, tal problemática diz respeito precisamente à
emancipação da escritura e, simultaneamente, à inflação, ou ao
transbordamento, do signo “linguagem”. Nosso trabalho tem
como objetivo, portanto, compreender a noção Derridiana de
escritura a partir do transbordamento do “conceito” tradicional
de linguagem.
Palavras-chave: JacquesDerrida/ Linguagem / Escritura /
Desconstrução / Metafísica
Abstract: This text intends to investigate the issue, brought on
by Jacques Derrida in his Of Grammatology, regarding the
transformation of language observed from the proliferation,
especially in the twentieth century, of different tipes of language
and approaches concerning the language theme. In Derrida‟s
vision, this problematicconcerns precisely the emancipation of
writing and, simultaneously, the inflation, or the overflow, of the
sign “language”. Our work aims, therefore, to comprehend the
Derridian notion of writing from the overflow of the traditional
“concept” of language.
Keywords: Jacques Derrida / Language / Writing /
Deconstruction / Metaphysics

1

Mestranda Departamento de Filosofia IFCS / UFRJ Jacques Derrida: da linguagem à escritura, da escritura como transbordamento

Logo no início de Gramatologia, obra publicada em 1967 e que é referência
central ao pensamento de Jacques Derrida, o filósofo se refere a uma iminente
transformação do problema da linguagem que, no decorrer da cultura ocidental, veio se
consolidando como o horizonte mundial das mais diversas e heterogêneas pesquisas.Nos anos 60, há uma significativa proliferação de diferentes tipos de linguagem e de
abordagens quanto à questão da linguagem, como por exemplo, as diversas teorias
lingüísticas, os problemas em torno de questões como comunicação, cibernética,
tradução, informática, e, claro, as várias abordagens filosóficas sobre o tema da
linguagem.2 Trata-se, precisamente, para Derrida, da emancipação daescritura que, até
então, sempre fora considerada um domínio derivado da linguagem, e, simultaneamente,
da inflação do signo “linguagem”. Esta inflação do signo linguagem é a inflação do
próprio signo, e aponta, ao mesmo tempo, nas palavras do filósofo, para uma crise e
para um sintoma. O excesso de discursos que se produz sobre o tema da linguagem no
século XX mostra-se como sintoma de umacrise em torno da redução fonética do
conceito de linguagem, o qual não dá mais conta do seu próprio “sentido”, há algo que o
transborda. Assim, segundo Derrida, essa crise é também um sintoma e indica que uma
época histórico-metafísica deve determinar a linguagem como o seu horizonte de
problematização, bem como indica que a era do privilégio da voz, da presença e da
linguagem poderá serdeslocada. Dessa forma, a crise e o sintoma de que nos fala
Derrida apontam para um transbordamento do “conceito” de linguagem, momento em
que o “conceito” de escritura o ultrapassa e o compreende.
Tal transbordamento que Derrida nos aponta deixa entrever a clausura
metafísica do pensamento em que o conceito clássico de linguagem está inscrito . Esta
clausura diz respeito às oposições bináriasconceituais e hierarquizantes impostas por tal
pensamento. É assim que Derrida reconhece, no conceito tradicional de linguagem, um
rebaixamento da escritura em relação à fala ao longo de todo o pensamento ocidental. A
escritura estaria, até então, no domínio do derivado, do restrito, seria mera extensão ou
simples apêndice da linguagem. Segundo o filósofo, esse rebaixamento fundamenta-se
na...
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