Linguística Cognitiva- Construções Condicionais
“As condicionais [Se, por acaso P, Q] e [Se caso, P, Q] no português brasileiro”.
Aluna: Karla Conrado dos Santos
DRE: 109064361
Orientação: Professora Doutora Lílian Ferrari.
Projeto: Espaços mentais, condicionalidade e (inter)subjetividade
Faculdade de Letras- Universidade Federal do Rio de Janeiro.
1.Introdução
Esse trabalho contrasta as condicionais introduzidas por “se por acaso” e “se caso”, buscando delimitar e explicar, através da perspectiva teórica da Linguística Cognitiva, os contextos de uso de cada uma dessas opções pelos falantes do português brasileiro. A pesquisa parte da observação de que o uso de condicionais introduzidas por “se caso” na fala espontânea apresentacaracterísticas diferentes do uso de condicionais introduzidas apenas por “se” ou por “caso”. Resta-nos, entretanto, investigar, qual a relação do uso de “se caso” com as ocorrências de “se por acaso”.
2. Pressupostos teóricos
A pesquisa fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Linguística Cognitiva, cuja perspectiva não-modular prevê a atuação de princípios cognitivos gerais compartilhadospela linguagem e outras capacidades cognitivas. Defendendo que a relação entre palavra e mundo é mediada pela cognição, a Linguistica Cognitiva estuda: Categorização (protótipos e efeitos prototípicos), que é o agrupamento de entidades ( do mundo) semelhantes em classes específicas; Teorias dos Espaços Mentais (mesclagem conceptual, projeção entre domínios), que são domínios conceptuais quecontêm representações parciais de entidades e relações em um cenário percebido, imaginado ou lembrado; e Gramática de construções, propondo que as expressões linguísticas constituem unidades simbólicas baseadas em correspondências entre forma e significado.
Há também uma vasta contribuição dos trabalhos já realizados sobre condicionais pela professora Dra. Lílian Ferrari, como os artigos:“Contraste entre Construções Condicionais Finitas e Não- Finitas em Português”, “Construções gramaticais e a gramática das construções condicionais”, “Ponto de vista e mesclagem em construções condicionais na interação conversacional”, “Os parâmetros básicos da condicionalidade na visão cognitivista”, “Modalidade e condicionalidade no português do Brasil”,
“Condicionais reportadas e flexibilidade deponto de vista”; e o de Eve Sweetser
“Mental spaces and The Grammar of conditional constructions”.
3. Metodologia
A metodologia usada, a princípio, parte do banco de dados da fala espontânea do português brasileiro (Corpus Linc), e sites da internet, como blogs e sites de perguntas e respostas. O objeto de estudo é o contraste entre as construções [Se caso P, Q] e [ Se por acaso P, Q].A hipótese é que essas construções ativam diferentes significados, enriquecendo a expressão do valor “condicional” na língua, para além dos significados já expressos nas condicionais [Se P, Q] e [Caso P, Q].
4. Análise de dados
Com o objetivo de identificar os processos cognitivos de construção do significado pelos falantes, a análise que está sendo feita neste trabalho é pautadanos seguintes traços: desejabilidade, probabilidade, previsibilidade, subjetividade, possibilidade, factualidade, intersubjetividade. A partir desses traços a análise preliminar (que a partir de novos dados vão se complementando e se criando negações, o que faz terem várias interpretações distintas), estabelece que: As construções com “Se caso” indicam que o falante não dá garantias de que o fatodescrito na prótase vá ocorrer, caracterizando subjetivamente esse fato como imprevisível e/ou improvável, embora o fato possa ser possível e, em alguns casos, desejável. Observemos os exemplos abaixo:
(1) Se caso o Adriano sair do Corinthians, vc acha que ele encerra a carreira ?
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20120312114138AARYsrh
(2) Se caso descobrisse que seu...
Regístrate para leer el documento completo.