Manejo De La Sexualidad De Ancianos

Intergeracionalidade e Sexualidade: Espaço de troca de saberes entre idosos e discentes de graduação – Relato de Experiência.
 
Autores:
Mário Roberto Agostinho da Silva¹
Márcia Carréra Campos Leal²
Ana Paula de Oliveira Marques²
Dayane Abirached Salomão³
Janiely Tinôco Rapozo 4
Robson Kleber de Souza Matos 5
Lucila Barreto Monteiro dos Santos 5
Leandro José Rocha da Cunha 6
TahmilysSavanne Moura Chaves 6
 
 
¹ Psicólogo, facilitador da oficina, mestrando em Saúde Coletiva – UFPE.
² Professora da pós-graduação em Saúde Coletiva – UFPE.
³ Psicóloga voluntária da UnATI/UFPE.
4 Fonoaudióloga convidada, especializanda em Saúde Pública – UPE.
5 Discente de graduação em Psicologia - UFPE.
6 Discente de graduação em Pedagogia - UFPE.
 
 
Resumo: A sexualidade não é temacomum principalmente entre os idosos. O envelhecimento não faz parte dos currículos acadêmicos da maioria das graduações do Brasil. A prática de pesquisa e extensão surge como alternativa. Com o objetivo de oferecer espaço de discussão sobre a sexualidade e verificar o nível de conhecimento sobre esse tema e as formas utilizadas de prevenção e tratamento das DSTs pelos idosos foi elaborado um estudoquantitativo e descritivo com 35 idosos. A sexualidade foi abordada em 10 encontros dialogados com profissionais e alunos de graduação. Os participantes apresentaram nível baixo de conhecimento sobre sexualidade. Os direitos e a diversidade sexual são pouco discutidos, atribuindo a educação rígida. Contudo, revelaram motivação para a troca de saberes com os mais jovens.
 
Descritores:Intergeracionalidade, sexualidade, prevenção DST/ISTs.
 
 
Introdução:
O aumento da expectativa de vida é um das grandes conquistas do século XXI, resultante da redução nas taxas de natalidade, mortalidade infantil e em idade avançada, justificando o rápido envelhecimento populacional (ANDERSON, 1998). Quanto ao gênero, os dados revelam uma feminização da velhice. O quantitativo de mulheresidosas é superior ao dos homens idosos em todas as faixas (ORGANIZAÇÃO..., 2002; GARRIDO; MENEZES, 2002; PEREIRA; CURIONI; VERAS, 2003).
A Organização Mundial de Saúde define como pessoa idosa, àquela com idade equivalente ou superior a 60 anos, em países em desenvolvimento, como o Brasil. A velhice não tem idade definida para se iniciar depende da disposição, atitude e interesse de cada pessoaem relação à sua qualidade de vida. Envelhecer não significa enfraquecer, ficar triste ou assexuado. Entretanto, em nossa cultura, diversos mitos e atitudes sociais são atribuídos às pessoas com idade avançada relacionados à sexualidade, dificultando a manifestação desta na fase mais tardia da vida.
A postura adotada pela sociedade é considerar que pessoas de idade avançada não tenhamsentimentos, necessidades e práticas sexuais (ALMEIDA; LOURENÇO, 2008). Esta idéia errônea é fruto de estereótipos culturais existentes, os quais reforçam a tendência habitual, entre os mais jovens, em não aceitar a inevitabilidade do processo de envelhecimento. (WAGNER, 1989; LOPES; TORRES; MAIA, 1994).
A escassez de informações sobre o processo de envelhecimento e as mudanças na sexualidadeem diferentes faixas etárias tem contribuído ao longo dos tempos para manutenção desses preconceitos, reforçando a assexualização dos idosos. Vasconcelos et al (2004), revelaram que trabalhar esclarecendo essas distorções difundidas pela sociedade em relação à sexualidade pode contribuir para resignificar os preconceitos e melhorar a vivência da sexualidade, principalmente para os mais longevos.Silva (2003) ressalta que o idoso deve ser encorajado e apoiado, bem como, orientado a receber informações necessárias e até mesmo tratamento adequado para melhorar a sua sexualidade, contribuindo na melhoria da qualidade de vida.
A sexualidade ainda não é tema fluente em nossa sociedade, quando não, é discutida de forma inapropriada criando distorções. Para a maioria dos idosos falar sobre...