Marcianos Na Favela

Páginas: 5 (1233 palabras) Publicado: 17 de febrero de 2013
Favelas, Delinquencia e juventude...
Uma visao Antropológica.

...Se bem que esse nao é o titulo apropiado...Nao sou antropólogo, mesmo que goste da materia, e nao falaremos tao somente de delinquentes... Fiz isso só pra mostrar como é facil chamar a atençao com um título pomposo, mas que, sendo a alma do texto o que realmente importa, vamos á minha historia...ou estoria...

Faz jávarios decenios que tenho aquela casa na Rocinha... Uma oportunidade de ter a casa propria, seu Benedito vendeu em 3 vezes, e Alzira, Gugú e eu fizemos muito artezanato, fabricamos e vendemos muito brinco, peças em durepoxi criei bons produtos com ótimo acabamento. Sebrae ajudou, depois, e um projeto de microempresa Social tornou a nossa oficinonha num ligar onde 14 pessoas manufaturavamos e atéexportávamos arte...
Mas eu, realizado profissionalmente, tinha ainda um vazío, uma frustraçao... No Uruguay nao era fácil trabalhar e estudar, mas difícil era mesmo alfabetizar adultos no interior, e aos poucos, a ditadura foi fechando o cerco e, após preso e torturado, tive que ir embora... Nao tinha uma organizaçao nem partido político, eu era dissidente de quase toda a esquerda, que achavaonstável e desŕeparada, alienada e xiita demais pro meu gosto. Sou um individuo e me expressei como tal, e um dia surgiu alguem com a proposta de abrir e financiar uma sala de aula para adultos... Mutirao, colocamos telhado reciclado na frente de casa, doaram as mesas e cadeiras, comprei duas louças e começamos...! Fundaçao Educar fornecía livros didaticos fora da realidade, uma ajuda de custo quemal dava para comprar uma caixa de giz e fomos em frente com o Zé Luis de professor...
E conhecí muita gente! Entendí o termo "familia" ao ajudar e ser ajudado... Emigrantes nordestinos na sua maioría, vi crecer filhos, netos e bisnetos...Convivi com o melhor e o pior da comunidade, e também me relacionei com as amizades deles... Eu era "o professor" Também conhecí um senhor negro, o seuSebastiao, muito velho já, bisneto ou tetraneto de escravos que tinham ido morar na Rocinha quando era uma roça que eles fizeram para sobreviver apos a aboliçao... Ele me contou muitas estorias e historias do lugar. Sobre o tráfico, que sempre existiu, servindo as drogas de moda e maconha plantada ali mesmo, e sempre para um consumidor que NAO ERA MORADOR do lugar... Negro tem honra, decía, nao usaba essascoisas... E traficante tinha outro nome, e nao usava armas, até os anos 80, quando o crime se organizou melhor e a sociedade ainda fazía corpo mole...Drogas chegavam em carros com placas oficiais, de políticos ou asessores, da propria policia... Quando eu comprei a casa, a única de alvenaría naquela área que em que os barracos crecíam depressa e continuamente, o crime estava muito bem organizadoe usufruindo seu poder do medo na favela, mas também, por serem da área quase todos, menos alguns chefes que caiam de paraquedas com seu pequeno exercito, eram tolerados... Muita rebeldía, muito desemprego, muita repressao racista e discriminatoria... E muita precariedade...
...No cotidiano da favela, eram problemas eternos e reivindicaçoes constantes... Agua... Se nao pagasse o carregador, eumesmo a subía até o reservatorio da minha casa numa balança sobre os hombros, igual aos chineses, em duas latas de 20 litros dependuradas...quando tinha a agua... Cinco ou seis horas fazendo fila na bica e carregando até encher a caixa d'agua... E Alzira lavava roupa na nascente ou na bica, Gugú tomaba banho lá mesmo as vezes... Até que começou a subir a encanaçao mas ainda assim era precaria...Tinha gente que jogava lixo ou fezes nos enormes reservatorios e eu nao conseguía entender aquilo até que, um jovem muito irado me diz: "La em casa nao cai, nunca chega até lá..." Problemas comuns, dirá vocé... O esgoto foi outro trunfo...!! Mas as vezes entupía: sacos de lixo, FETOS, latas de neston, garrafas pet... Eletricidade...bom, a minha casa tinha dois relogios medidores, um de 3 polos...
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