Memoria de ruy mauro marini

Páginas: 115 (28688 palabras) Publicado: 8 de febrero de 2011
M EM O RI A d e Ru y M a ur o M a r in i
Fuente: Archivo de Ruy Mauro Marini.

O mundo de amanhã é o nosso mundo. Em seu nome, exigimos que se façam os grandes sacrifícios e as renúncias forçadas e a arregimentação geral. (Excerto de um poema de juventude)

Sumário

Advertência 1. O começo 2. O primeiro exílio 3. O segundo exílio 4. O terceiro exílio 5. A volta 6. A guisa de balanço 7.Bibliografia do autor 8. Bibliografia geral 9. Indice onomástico

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Advertência Este texto foi escrito para atender uma exigência acadêmica da Universidade de Brasília. Sua finalidade é a de dar conta de minha vida intelectual e profissional, razão pela qual as referências de ordem pessoal ou política que nele se incluem têm o propósito de mera contextualização. Em nenhum momento, eu pensei napossibilidade de sua publicação, havendo limitado a sua circulação a pessoas para as quais ele pode, a meu ver, revestir algum interesse -essencialmente, familiares e amigos mais chegados, assim como estudantes que manifestaram especial curiosidade em relação ao meu trabalho. 1. O começo Nasci em 1932. Por minha origem, sou bem um produto das tendências profundas que determinaram o surgimento doBrasil moderno, que emergiu naquela década. Meu pai era o primeiro filho de um alfaiate artesão de Gênova e de uma camponesa da Calábria, que já o trouxeram concebido, ao emigrar para o Brasil, em 1888; minha mãe, filha caçula de uma tradicional família de latifundiários mineiros, acompanhou, menina, a mudança de meu avô de sua fazenda, perto de Livramento, para Barbacena, após a quebra que sofreucom a abolição da escravatura, e ali assistiu à dilapidação dos restos da sua fortuna, em almoços e jantares que reuniam habitualmente não menos de vinte pessoas. Professor de matemática na Escola Agrícola local, meu pai, depois do casamento e estimulado pela energia de minha mãe, ascendeu socialmente, formando-se em Direito e ingressando, por concurso público, à casta dos então chamados"príncipes da República" - os fiscais de imposto de consumo. Liberal na juventude, ele adaptou-se bem - embora mais por laços pessoais e familiares - ao clã local vinculado ao Estado Novo e, mais tarde, ao PSD. A imagem que deixou foi a de um homem simples, severo e surpreendentemente -se se têm em conta as tentaçôes a que seu cargo o expunhahonesto. Após receber a boa formação que o ensino públicoproporcionava, principalmente no terreno humanístico -em sete anos de curso ginasial e científico no Colégio Estadual de Barbacena, fiz quatro de latim e sete de português, inclusive dois anos dedicados à literatura brasileira e portuguesa, e aprendi a ler inglês, francês e espanhol, além de obter uma boa base em matemática, história e geografia, e conhecimentos um tanto antiquados (como eu descobririalogo) em física, química e biologia- transferi-me para o Rio, em 1950, para me preparar para o vestibular de Medicina. A mudança alterou meus planos. Embora, no cursinho, eu me fosse atualizando em ciências físicas e naturais, estas não eram o meu forte e perdiam de longe para as atraçôes que a cidade me oferecia em matéria de cinema, teatro, praias e boemia. A experiência de um emprego provisório-como recenseador no Censo Demográfico daquele ano- fez-me tomar gosto pela independência e levou-me a, deixando os estudos, ocupar cargos menores, sucessivamente, na Central do Brasil, no Ministério da Aeronáutica e no Instituto de Aposentadoria e Pensôes dos Industriários, onde, havendo entrado também por concurso, acabei por ficar. Traduçôes, em geral do inglês, de matérias para jornais eagências de notícias ou de histórias em quadrinhos, revisão de textos para impressão, etc., permitiam que, sem grandes apertos, eu me entregasse à minha maior paixão - os livros. Junto à experiência de vida que eu adquiri, longe da casa de meu pai e do círculo de amigos

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de infância, aqueles foram anos que eu dediquei a completar minha formação, principalmente em literatura, poesia e teatro,...
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