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Caso clínico 2:
Joana é uma estudante do sexto ano com doze anos de idade que os pais trouxeram à consulta em seguimento a uma avaliação psicoeducacional realizada pelo psicólogo escolar, que apurouque ela tinha um QI superior e “ligeiras dificuldades de leitura visual”. Contudo, Joana não fora classificada pelos padrões escolares como portadora de uma Perturbação da Aprendizagem. O psicólogonotou que, em comparação com outros capítulos do teste QI, a capacidade da Joana para recordar números, para fazer contas de cabeça e para a codificação de símbolos era muito mais baixa, facto queatribuiu à ansiedade. Recomendou que ela fosse submetida a um exame para determinação de eventual Perturbação da Ansiedade. Joana perdeu ou quase perdeu alguns anos até à terceira classe mas, devido aoseu elevado QI e comportamento modelar, foi-lhe concedida a passagem ao ano seguinte. Recebera numerosas advertências devido à sua aparente “preguiça”. Ela parecia desinteressada, aborrecida e muitomais preocupada com a sua vida social activa do que com os estudos. Ela queixava-se de que o ruído ambiente da escola a impedia de se concentrar. Em casa, Joana mostrava-se normalmente cooperante, àexcepção da realização dos trabalhos de casa. Os seus cadernos estavam cheios de nódoas e desorganizados. A caligrafia era francamente imatura e, sempre que possível, utilizava maiúsculas em vez daescrita normal. O exame da Linguagem Escrita revelou um atraso de dois anos na aptidão para escrever, mais em relação à linguagem expressiva, do que à escrita a partir de ditado. Desde a segunda classetinha dificuldades em soletrar, embora este atraso fosse moderado. Joana tinha tendência para fazer os trabalhos de forma precipitada e já recebera diversas advertências para se corrigir. Mesmo assim,cometia frequentemente erros por descuido, mesmo em áreas em que anteriormente tinha demonstrado aptidão. Embora geralmente desejosa de cumprir tudo o que os pais lhe pedissem, não merecia confiança e...