Planejamento Dos Sistemas Uranos De Abastecimento De Água Potável

PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS URANOS DE ABASTECIMENTO DE
ÁGUA POTÁVEL

O avanço da urbanização sobre o meio natural de maneira acelerada e
desordenada tem causado a degradação progressiva das áreas de mananciais
remanescentes, com a implantação de ocupações irregulares e a instalação de
usos e índices de ocupação incompatíveis com a capacidade de suporte do
meio. Estima-se que no mundo hojemais da metade da população viva em
aglomerados urbanos, num processo de incremento contínuo. No Brasil, a taxa
de urbanização chegou a 81% no ano 2000, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE.
Consequente a esta crescente taxa de urbanização que acontece em todo o
mundo, esta a demanda por infra-estrutura, que não consegue acompanhar
esse processo acelerado decrescimento das cidades. Dentre as infraestruturas necessárias, o abastecimento de água é elemento fundamental para
a saúde e o bem estar da população. Segundo o IBGE no ano 2000 apenas 2%
dos municípios brasileiros não possuíam qualquer serviço de abastecimento de
água por rede geral, com os problemas concentrados principalmente nas
regiões Norte e Nordeste do país.
Nos últimos anos tem se tornadouma preocupação crescente, a nível mundial,
a qualidade da água para o consumo humano fornecida pelo sistema de
abastecimento, que deve ser tratado como um elemento essencial das políticas
de saúde pública. Um exemplo dessa preocupação mundial foi o encontro em
2003 da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Berlim, sobre “Estratégias
de Gestão de Riscos em Água para o Consumo Humano”, ondeforam
discutidos os pressupostos teóricos e as especificidades de aplicação prática
de ferramentas operacionais para a gestão de riscos em sistemas de
abastecimento de água, desenvolvendo o conceito de Plano de Segurança da
Água para o Consumo Humano.
Historicamente, até o século XIX o controle da qualidade da água era realizado
de forma empírica confiando-se primordialmente nas característicasfísicas da
água. Em função disso, no início do séc. XX, após vários surtos epidêmicos de
cólera e febre tifóide na Europa, causados pela má qualidade da água
fornecida, se desenvolveram meios técnicos e legais para a desinfecção da
água em sistemas de abastecimento, que vem se aperfeiçoando até os dias
atuais.
Porém, José Manuel Vieira (2005) aponta que o sistema de tratamento
atualmenteutilizado possui determinadas deficiências, como a demora nas
análises de monitoração dos parâmetros microbiológicos – que não servem
como prevenção de situações acidentais, uma vez que quando se conclui a

análise a água já foi distribuída -, a significância estatística dos resultados de
monitoração do produto final limitada – em função do volume de água
monitorada em conformidade com asnormas, ser relativamente insignificantes
comparados ao volume distribuído -, entre outros aspectos falhos, que por fim,
não garantem ao consumidor de forma categórica, a necessária confiança na
água que lhes é fornecida.
Para Vieira (2005), justifica-se desta forma, evoluir para metodologias de
gestão técnica baseadas em análises e controles de riscos em pontos críticos
dos sistemas deabastecimento. A aplicação de princípios de avaliação e de
gestão de riscos na produção e distribuição de água potável complementa o
controle já utilizado através da monitoração de conformidade do produto final,
reforçando a garantia da qualidade da água e a proteção da saúde pública.
Assim, o fornecimento em segurança da água, pressupõe uma ação de
controle concentrada e estruturada ao longo detodo o sistema de
abastecimento, desde a origem na captação, até a torneira do consumidor.
A própria OMS, desde 2004 recomenda que as entidades gestoras de sistemas
de abastecimento de água desenvolvam planos de segurança para garantir a
qualidade da água, privilegiando assim, uma abordagem preventiva de
segurança através de uma efetiva gestão e operação da origem da água,
estações de...