Planejamento: O Contexto Que O Envolve

PLANEJAMENTO: O CONTEXTO QUE O ENVOLVE
Para entender toda a descrença em relação ao planejamento, temos que levar em consideração um con1-texto maior que envolve a escola e o educador. As contradições que estão relacionadas a isso, é uma questão profunda que é a própria cosmovisão, a riqueza de cultura em que estamos inseridos. Há certos tipos de teorias e de práticas que não se compatibilizamcom a perspectiva de transformação da realidade. Se partirmos para uma análise, notaremos que muito da concepção teórica acentuado no conjunto dos educadores está permeada pela influência da cultura da ‘civilização ocidental’.
Detendo-nos sobre a história do pensamento humano, percebemos que, grosso modo, a reflexão do homem girou em torno de duas correntes: a Metafísica e Dialética. A Dialética,cujo pensador mais radical da Grécia antiga foi Heráclito, significa o modo de pensarmos as contradições da realidade como essencialmente contraditória e em constante transformação. Heráclito era defensor da cosmovisão que admitia o movimento, onde tudo estava num constante vir-a-ser e que havia unidade dos contrários.
Com relação à Metafísica, Parmênides defendia a estabilidade das coisas, paraele a essência profunda do ser era imutável e o movimento era um fenômeno de superfície. Passando pela matriz platônica, vamos encontrar o idealismo metafísico que visa o mundo das idéias, e que a prática, o cotidiano, nada mais é que a cópia imperfeita do ideal.Podemos perceber que este embate não terminou, ao contrário está muito presente entre nós. A seguir vamos avaliar esses desdobramentosna realidade do professor.
O PROCESSO DE ALIENAÇÃO DO PROFESSOR
Dois enfoques envolvem o trabalho do professor em sala de aula: um de natureza objetiva e outro de natureza subjetiva. As condições objetivas do trabalho são sobre as condições concretas em que exerce sua atividade: material didático, número de alunos, salários, etc. As condições objetivas do trabalho são fundamentais para seudesenvolvimento e satisfação. Porém, quanto ao aspecto das condições subjetivas do trabalho do educador é importante ressaltar que há uma falta de lucidez do professor com relação ao seu trabalho, sendo esta a responsável, em parte, pela sua não atuação mais ativa na mudança da realidade educacional ou mais geral. Esta falta de clareza vem da condição de alienação em que se encontra o educador.
Ascaracterísticas da alienação no exercício do trabalho docente configuram-se claramente:

• EXTERIORIDADE
O professor não pode ensinar o que quiser, como quiser, na ordem que achar mais apropriado para cada estágio e modalidade de ensino, aplicando a avaliação do rendimento dos alunos da maneira que achar mais conveniente de acordo com seus conhecimentos técnicos, mas segundo imposição de políticaspara a educação que vão de encontro com a própria natureza da atividade de ensino.

• IMPOSIÇÃO
O professor trabalha para sobreviver, o trabalho se torna um sacrifício. O educador corre de uma escola para outra sempre sob a ameaça de perda da integridade física e mental.

• ESTRANHAMENTO
O estranhamento se expressa quando o trabalho do professor não lhe pertence. O processo é mais marcantenas escolas privadas. Convém, no entanto, não desconsiderar uma singularidade do trabalho do professor, entre os demais trabalhadores: ninguém pode tirar do professor o conhecimento por ele constituído e elaborado com fins de ensino.


• AUTO-ALIENAÇÃO OU DESUMANIZAÇÃO
Este é o mais impetuoso de todos os aspectos, pois gera no trabalhador um atraso para uma condição inferior à do animal. Osseres humanos submetidos à alienação, mesmo vivendo a aflição no trabalho, o decadência física e mental, a dilapidação moral, ainda assim, permanecem em relações de trabalho destrutivas até acabar com os limites de suas capacidades ou serem rejeitados pelo capital.
O educador, antes de qualquer coisa, como cidadão, está inserido num contexto mais amplo de sociedade, sendo, portanto abordado pela...