Prologo a el reyno de este mundo

Páginas: 40 (9938 palabras) Publicado: 30 de octubre de 2010
Antonio Candido

Literatura e subdesenvolvimento

Literatura e subdesenvolvimento Antonio Candido
CANDIDO, Antonio. A educação pela noite & outros ensaios. São Paulo: Ática, 1989. p. 140-162: Literatura e subdesenvolvimento. Comentário e hipertextos: Célia Pedrosa (UFF) LITERATURA E SUBDESENVOLVIMENTO 1 Mário Vieira de Mello, um dos poucos que abordaram o problema das relações entresubdesenvolvimento e cultura, estabelece para o caso brasileiro uma distinção que também é válida para toda a América Latina. Diz ele que houve alteração marcada de perspectivas, pois até mais ou menos o decênio de 1930 predominava entre nós a noção de "país novo", que ainda não pudera realizar-se mas que atribuía a si mesmo grandes possibilidades de progresso futuro. Sem ter havido modificação essencialna distância que nos separa dos países ricos, o que predomina agora é a noção de "país subdesenvolvido". Conforme a primeira perspectiva salientava-se a pujança virtual e, portanto, a grandeza ainda não realizada. Conforme a segunda, destaca-se a pobreza atual, a atrofia; o que falta, não o que sobra1. As conseqüências que Mário Vieira de Mello extrai desta distinção não me parecem válidas, mastomada em si ela é justa e auxilia a compreender certos aspectos fundamentais da criação literária na América Latina. Com efeito, a idéia de país novo produz na literatura algumas atitudes fundamentais derivadas da surpresa, do interesse pelo exótico, de um certo respeito pelo grandioso e da esperança quanto às possibilidades. A idéia de que a América constituía um lugar privilegiado se exprimiu emprojeções utópicas que atuaram na fisionomia da conquista e da colonização; e Pedro Henríquez Urena lembra que o primeiro documento relativo ao nosso continente, a carta de Colombo, inaugura o tom de deslumbramento e exaltação que se comunicaria a posteridade. No século XVII, misturando pragmatismo e profetismo, Antonio Vieira aconselhou a transferência da monarquia portuguesa para o Brasil, queestaria fadado a realizar os mais altos fins da História como sede do Quinto Império. Mais adiante, quando as contradições do estatuto colonial levaram as camadas dominantes a separação política em relação às metrópoles, surge a idéia complementar de que a América tinha sido predestinada a ser a pátria da liberdade, e assim consumar os destinos do homem do Ocidente. Esse estado de euforia foiherdado pelos intelectuais latino-americanos, que o transformaram em instrumentos de afirmação nacional e em justificativa ideológica. A literatura se fez linguagem de celebração e terno apego, favorecida pelo Romantismo, com apoio na hipérbole e na transformação do exotismo em estado de alma. O nosso céu era mais azul, as nossas flores mais viçosas, a nossa paisagem mais inspiradora que a de outroslugares, como se lê num poema que sob este aspecto vale como paradigma, a "Canção do exílio", de Gonçalves Dias, que poderia ter sido assinado por qualquer um dos seus contemporâneos latino - americanos entre o México e a Terra do Fogo. A idéia de pátria se vinculava estreitamente à de natureza e em parte extraía dela a sua justificativa. Ambas conduziam a uma literatura que compensava o atrasomaterial e a debilidade das instituições por meio da supervalorização dos aspectos regionais, fazendo do exotismo razão de otimismo social. No Santos Vega, do argentino Rafael Obligado, já quase no século XX, a exaltação nativista se projeta sobre o civismo propriamente dito, e o poeta distingue implicitamente, pátria (institucional) e terra (natural), ligando-as porém no mesmo movimento deidentificação: (...)
1

MELLO, Mário Vieira de. Desenvolvimento e cultura. O problema do estetismo no Brasil. São Paulo: Nacional, 1963. p. 3-17.

Antonio Candido La convicción de que es mía La patria de Echeverría, La tierra de Santos Vega.

Literatura e subdesenvolvimento

Pátria do pensador. Um dos pressupostos ostensivos ou latentes da literatura latino-americana foi esta contaminação,...
Leer documento completo

Regístrate para leer el documento completo.

Estos documentos también te pueden resultar útiles

  • el reyno de este mundo
  • Preguntas prólogo a "Un mundo feliz"
  • Prólogo: Hacia un Mundo sin Pobreza
  • Ficha de lectura: prólogo de el reino de este mundo
  • Prologo. El espíritu del tiempo: del mundo diverso al mestizaje.
  • Reyna
  • a Reyna
  • Prólogo a el reino de este mundo

Conviértase en miembro formal de Buenas Tareas

INSCRÍBETE - ES GRATIS