rios profundo ensayo

TEXTO, COMUNICACIÓN Y CULTURA
E N LOS RÍOS PROFUNDOS
DE
J O S É MARÍA A R G U E D A S
C u a n d o J o s é M a r í a Arguedas p u b l i c ó en 1 9 5 8 su novela Los ríos
profundos
era considerado y a c o m o el m á s importante narrador p e r u a n o de tema i n d í g e n a .
Agua ( 1 9 3 8 ) , Yawar fiesta ( 1 9 4 1 ) , y Diamantes y pedernales
( 1 9 5 4 ) configuraban u n a v i s i ó ndel m u n d o andino desde su interior, tanto porque Arguedas com u n i c a b a la p e r c e p c i ó n cultural nativa c o m o p o r q u e lo h a c í a desde su fecundo
trabajo sobre las formas l i n g ü í s t i c a s del q u e c h u a . A l m i s m o tiempo que u n a poderosa d e n u n c i a de la s i t u a c i ó n social aborigen, esos libros eran u n retrato tierno
y a veces i d í l i c o ,pero t a m b i é n convulsionado y a veces violento, de l a vida
p e r u a n a i n d í g e n a que, hasta antes de José. M a r í a Arguedas, no h a b í a tenido u n
autor m a y o r que la reelaborara en el texto literario.
Pero c o n l a a p a r i c i ó n de Los nos profundos
J o s é M a r í a Arguedas d e m o s t r ó
que su i m p o r t a n c i a era otra, menos obvia: no s ó l o l a de haberdescubierto u n
m u n d o nativo sino t a m b i é n la de revelar u n a n u e v a literatura, que él iniciaba
c o n esta novela, clausurando el viejo indigenismo de b u e n a v o l u n t a d y comenzando la m o d e r n a l e c t u r a de ese m u n d o discordante que resultaba ser el m á s
nuestro, el m á s p r ó x i m o y propio. C o n esta novela el universo i n d í g e n a peruano
ingresa al a literatura universal p o r medio de u n t e x t o f u n d a m e n t a l , c u y a calidad
literaria fue de i n m e d i a t o r e c o n o c i d a . Pero, sobre todo, c o n esta novela ese mismo universo se convierte en el lenguaje ficticio de u n a verdad irrefutable, aquella
de l a i m a g i n a c i ó n l í r i c a y la d e n u n c i a m o r a l , de l a p e r c e p c i ó n m í t i c a y lao p c i ó n
poética.
Por los a ñ o s de la a p r i c i ó n de Los nos profundos
la c r í t i c a p e r u a n a hablaba
de u n a narrativa " u r b a n a " y otra " r u r a l " , d i v i s i ó n t o p o g r á f i c a que c e d í a el pred o m i n i o a la p r i m e r a , en r e l a c i ó n s i m é t r i c a a las e s t a d í s t i c a s . S i n embargo, precisamente u n a novela c o m o la deArguedas d e m u e s t r a que esa fue u n a d i s t i n c i ó n
trivial. L o cierto es que Los ríos profundos
no es ú n i c a m e n t e novela acerca del
m u n d o andino y p r o v i n c i a n o , sino r e f o r m u l a c i ó n radical de los modelos que han
configurado n u e s t r a p e r c e p c i ó n n a c i o n a l . E n este sentido, es u n texto literario
que a c t ú a t a m b i é n c om o u n texto de cultura. M á s e s p e c í f i c a m e n t e se p o d r í a decir que el t e x t o d r a m a t i z a u n "programa de c u l t u r a " c o m o u n a alternativa de
ficción.
E n este trabajo propongo u n análisis f o r m a l de esta n o v e l a en su o r g a n i z a c i ó n
t e x t u a l y en su e s t r u c t u r a c i ó n s e m á n t i c a de la c o m u n i c a c i ó n . Creoposible
demostrar que el t e x t o genera u n sistema de c o m u n i c a c i ó n peculiar, y , al mismo
t i e m p o , que este sistema d r a m á t i c o y desgarrado r e f o r m u l a el sentido del texto.
C r e o que sobre el debate de l a c o m u n i c a c i ó n se organiza peculiarmente el relato.
Parto de la c r í t i c a m o d e r n a sobre la c o m u n i c a c i ó n en literatura, lo queme
exime de presentar la g e n e a l o g í a del tema y las variantes del modelo l i n g ü í s t i co en l a t e o r í a . Me limito a q u í a describir c ó m o el p r o p i o t e x t o formaliza su sistema de c o m u n i c a c i ó n y c ó m o c o n f r o n t a los m o d e l o s que distinguen a los ha-

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LOS RfOS PROFUNDOS

blantes. Por eso entiendo comunicación a...