Senhor

Recensão Critica do texto « Relations professionnelles et culture des établissements scolaires au delà du culte de l’individualisme. »

Augusto Borges Amado

Abril, 2006

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Relations professionnelles et culture des établissements scolaires: au delá du culte de l’individualisme?
Mónica G. T. In Revue Française de Pedagogie

Globalmente, a autora, ao longo do seu artigo, explica osmodos de relacionamento profissional tendo como fio condutor a cultura do estabelecimento. Analisa em que medida a problemática da concepção e implementação das reformas e das mudanças pode ou não sedimentar ou mudar o “status quo” institucional. Qual a proposta metodológica de fundo que autora propõe para esta análise? Valendo-se de uma abordagem crítica e, situando-se numa perspectiva relacional, aautora explicita o que ocorre no estabelecimento escolar e com grupos nele instalados. Relaciona as acções das pessoas e dos grupos com a cultura e suas estruturas sociais e políticas. Procura, igualmente, explicar de que forma as redes de influência e de poder, os modos de relacionamento profissional e as práticas institucionais são produzidas, mediadas e transformadas. Assim, o estabelecimentoescolar, resultante de um processo sócio-histórico, não pode ser compreendido e/ou transformado de forma isolada. Coerente com essa ideia, sublinha que as reformas e inovações não podem ser concebidas e implementadas à revelia do que acontece tanto no interior da escola (ou seja, à margem dos conflitos produzidos durante o seu funcionamento), como no seu exterior (portanto, desligadas dosconflitos ideológicos que dominam a sociedade e a comunidade em que se encontra inserida). Mas qual a implicação que esta visão poderá ter nas nossas atitudes e práticas? Para responder a esta questão, a autora convida os leitores, os políticos e os educadores a reverem as suas atitudes e práticas e, em consequência, revisitar as suas visões/concepções relativas à problemática das mudanças no contextoescolar. Por esta razão, deve-se posicionar crítica e reflexivamente, denunciando a falsa neutralidade e reagindo à acomodação. Afinal, o processo educativo não é nem nunca será uma instância neutra, desprovida de significados e sentidos ideológicos. Porquê? Os processos escolares e educativos, sendo fenómenos sociais, carregam no seu seio não só os conflitos ideológicos que dinamizam a sociedade,como, também, as estratégias dos indivíduos e dos grupos que se relacionam e interactuam no estabelecimento escolar. Não existe conduta sóciohumana vazia de significado. Toda a conduta humana seja ela individual e/ou de grupos tem um cariz estratégico, na medida em que os processos de escolha, de produção e construção de 2

significados e de sentidos, de classificações, de posicionamentos e dedecisões são construídos sempre como actos de valor, decorrentes da leitura, interpretação e compreensão dos conflitos ligados aos diferentes aspectos da sociedade e da instituição. Desta forma, a compreensão dos problemas escolares enquanto resultantes de processos sóciohistóricos, só pode ser conseguida, a partir de uma profunda análise relacional. Esta análise deve basear-se no exercíciocrítico-reflexivo, capaz de esclarecer os vínculos com os conflitos ideológicos da sociedade e de ajudar a estabelecer e a sedimentar relações de poder, a instalar e a mediar as propostas de reformas educativas, a governar os centros escolares e as práticas institucionais. Porquê a eleição da cultura, como pano de fundo desta reflexão? Da leitura que se faz do texto, depreende-se que a cultura constitui umconjunto de conhecimentos, acções, práticas e valores e níveis de desenvolvimento alcançado por uma comunidade educativa. Ela se projecta em todo o tecido da organização escolar, determinando as rotinas, costumes, normas, estilos, crenças, atitudes, símbolos, relações, discurso, e metas. Assim, através de normativos, de processos de ensino-aprendizagem e de práticas ou formas de relação...