Tendencias Na Historiografia Da Expansão Portuguesa

Páginas: 10 (2410 palabras) Publicado: 26 de abril de 2012
1 Introdução

O objetivo desta dissertação consiste em entender as transformações sofridas pela historiografia da escravidão nos últimos anos. Estas transformações podem ser resumidas como um movimento de fragmentação do conhecimento histórico e de questionamento da possibilidade de uma explicação objetiva da realidade histórica. Procuramos mostrar como este debate – que não constitui umaespecificidade da historiografia brasileira, podendo ser pensado como parte de um processo mais amplo de abandono e negação das teorias totalizantes da história – tomou forma nos trabalhos sobre a escravidão. Confrontamos então autores de
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distintas gerações, procurando identificar as diferenças teóricas a partir das quais alguns procuram estabelecermarcos divisórios entre “novas” e “velhas” abordagens sobre este tema. Como um primeiro conjunto de autores, trabalhamos com as análises de Oliveira Vianna, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr. e Gilberto Freyre, nos quais identificamos a questão da coesão social, pensada a partir de uma preocupação em definir a especificidade da nação brasileira, de forma a explicar a sociedade contemporânea.Vemos, assim, que os três autores se caracterizam por se debruçarem sobre o processo de formação da nação brasileira, construindo uma visão do passado capaz de explicar o presente e fundamentar uma determinada prática política. A exposição da primeira parte foi organizada de modo a explicitar continuidades e descontinuidades desta historiografia em relação à produção atual, o que nos levou afinalizá-la com a apresentação de Gilberto Freyre. As obras aqui analisadas foram selecionadas segundo dois critérios: sua importância no conjunto da produção de cada autor e o desenvolvimento da questão que norteia esta dissertação, acima apresentada. Assim, no caso de Oliveira Vianna, nos concentramos no livro Populações meridionais do Brasil (1922) e, secundariamente, em Instituições políticasbrasileiras, nos quais a formação da nação brasileira é trabalhada à luz das relações entre o movimento de centralização do Estado e o poder político

A produção do novo e do velho na historiografia brasileira

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localmente organizado sob o domínio de grandes proprietários – os “clãs”, que constituiriam um obstáculo ao processo de modernização nacional. Neste autor, encontramos um projeto decivilização nos trópicos para o Brasil, dando continuidade a algumas premissas da produção historiográfica do século XIX, expressas, por exemplo, pelos intelectuais do IGHB e pela literatura romântica, ou, ainda, pelo realismo naturalista de fins do século, com sua visão racista e evolucionista da realidade. A crença na superioridade racial do branco, a preocupação em definir o caráter da sociedadebrasileira – que permite incluir aqui o romantismo – e a crença no progresso rumo ao modelo de civilização representado pelas nações européias são aspectos destas correntes que podem ser encontrados nos trabalhos de Oliveira Vianna. Neste sentido, podemos estender para este autor as afirmações Ilmar Mattos acerca da historiografia nascente no século XIX, de base conservadora, à qual
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... Coube também a tarefa de fixar temas, cristalizar noções e difundir imagens. Assim, os acontecimentos do Período Regencial, ao insistirem em contrariar um ‘desenvolvimento natural’ (isto é, período colonial – Reino Unido – emancipação política – Estado nacional centralizado e território unificado), devem ser entendidos como ‘ilógicos’, expressão de uma ‘crise’(ou seja, de um perigo) que deverá ser superada para que o destino nacional se possa cumprir. A integridade do território, a unidade nacional e a centralização político-administrativa (temas recorrentes na Historiografia sobre o Império) correspondem, já o vimos, à segurança da base territorial.1

A seguir, passamos por Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, em que a produção da...
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