Trap-ease américa: o grande queijo das ratoeiras
“Se um homem puder fazer uma ratoeira melhor que seu vizinho, o mundo abrirá caminho até sua porta”.
Talvez, ela pensou, Emerson soubesse alguma coisa que elanão sabia. Ela tinha a melhor ratoeira — a Trap-Ease —, mas o mundo não parecia muito entusiasmado com isso.
Martha acabava de voltar da National Hardware Show (Feira Nacional de Ferragens), em Chicago. Estava exausta: passara longas horas de pé em seu estande, respondendo às mesmas perguntas centenas de vezes. Apesar disso, a feira havia deixado Martha animada. Todos os anos, os organizadores daNational Hardware Show faziam um concurso para escolher o melhor novo produto lançado na feira. Dos mais de 300 produtos lançados na feira naquele ano, sua ratoeira havia ficado com o primeiro lugar. Essa notoriedade não era novidade para a ratoeira Trap-Ease. A revista People tinha publicado um artigo sobre a ratoeira e diversos programas de TV e publicações especializadas a haviam destacado.Apesar de tudo isso, a demanda esperada para a ratoeira não se materializava. Martha esperava que o prêmio aumentasse o interesse pela ratoeira e as vendas.
Um grupo de investidores que tinha obtido os direitos mundiais de comercializar a inovadora ratoeira tinha montado a Trap-Ease America em janeiro. Em troca dos direitos de marketing, o grupo concordou em pagar ao inventor e detentor dapatente, um rancheiro aposentado, royalties sobre cada ratoeira vendida. O grupo então contratou Martha para trabalhar como presidente e administrar a Trap-Ease America.
A Trap-Ease, um dispositivo simples, mas inteligente, era fabricada por uma empresa de plástico contratada pela Trap-Ease America. Ela consistia de um tubo de plástico quadrado que media cerca de 15 centímetros de comprimento e 4de largura. O tubo ficava dobrado de maneira a formar um ângulo de 30 graus. Assim, quando a parte da frente do tubo ficava sobre uma superfície plana, a parte de trás ficava levantada. A parte de trás possuía uma tampa removível na qual o usuário colocava a isca (queijo, ração para cachorro ou outro petisco qualquer). Uma portinhola com dobradiças ficava na frente do tubo. Quando a ratoeiraestava ‘aberta’, essa porta ficava sobre duas pequenas ‘varetas’ anexadas nos cantos inferiores da porta.
A ratoeira funcionava de maneira simples e eficiente. O rato, ao sentir o cheiro da isca, entrava no tubo pela ‘porta’ aberta. À medida que ele caminhava pela parte elevada do tubo em direção à isca, seu peso fazia com que essa parte caísse, suspendendo a parte da frente, fechando a porta eprendendo o rato. Pequenos dentes na extremidade das varetas encaixavam-se em uma fenda no canto da ratoeira, mantendo a porta fechada. O rato poderia ser tirado vivo da ratoeira ou sufocaria depois de algumas horas preso.
Para Martha, a ratoeira tinha muitas vantagens em relação às tradicionais ratoeiras de mola e aos venenos. Os consumidores utilizavam a ratoeira de maneira segura e fácil, semcorrer o risco de prender os dedos, enquanto a armavam. Ela também não feria nem envenenava crianças ou animais de estimação. Além disso, com a Trap-Ease, os consumidores evitavam a desagradável ‘sujeira’ das violentas ratoeiras de mola — ela resolvia o problema de maneira limpa. Para completar, o consumidor podia reutilizar a ratoeira ou simplesmente jogá-la fora junto com o rato.
Aspesquisas iniciais de Martha apontaram para o fato de que as mulheres constituíam o mercado-alvo para a Trap-Ease. Ao que parecia, os homens eram mais propensos a comprar e utilizar as ratoeiras de mola tradicionais. Já as mulheres-alvo não gostavam da ratoeira tradicional. Elas geralmente ficavam em casa cuidando das crianças. Assim, queriam um meio de lidar com o problema dos ratos que evitasse os...
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