Vergonha

Páginas: 7 (1504 palabras) Publicado: 8 de septiembre de 2011
Vergonha
 
 
Anna Veronica Mautner
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo 
Psicanalista, Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo -8211; SBPSP. Endereço eletrônico: amautner@uol.com.br
 
 
Comunicar por escrito é submeter-se a muitas variáveis intervenientes, como por exemplo, o público a que se destina, a finalidade, o tipo do veículo e outras mais.Numa revista acadêmica, por exemplo, a apresentação de um texto pede ou a prova de uma hipótese, ou a dedução de uma conclusão, ou a justificativa da oportunidade do tema. Não importa como ou por quê, mas o texto vem sempre acompanhado de bibliografia, comentada ou não, e de pelo menos alguma menção à oportunidade do tema.
Um mesmo conteúdo pode ser exposto na forma de jornalismo científico oucultural, pode aparecer em revistas acadêmicas, pode ser apresentado em conferências e mesas redondas. No caso do jornalismo, apresenta-se e ilustra-se o fato, o tema, a hipótese, sem a obrigação de provar, deduzir ou concluir o tema ou a hipótese. Basta chamar a atenção para o fato. Pode ainda, o mesmo tema, transformar-se num misto dos dois anteriores, na forma de um ensaio ou mesmo de uma crônica.Sem pretender aqui mais do que comentar, gostaria de chamar a atenção para a importância da divulgação de hipóteses que podem levar o leitor a refletir sobre o tema, a perceber mais detalhes, ou mesmo, para fazer o pesquisador atentar para o que ocorre no mundo fora do olhar da ciência.
Localizando-me à margem de qualquer pretensão científica, venho observando, neste passeio pela vida, e por aíe encontrando preciosidades que gostaria muito que tivessem outros destinos além do meu prazer de descobrir - que fossem melhor pesquisados e que fossem melhor divulgados.
Quisera ter, no mundo, "um lugar" donde pudesse, às vezes, lançar sementes em direção à academia e também ao mesmo tempo para a mídia. Não tenho a pretensão de oficializar este lugar, de ter cargo ou função oficial dondeexercer este trabalho. Quisera isto sim ver pesquisado e divulgado um pouco do que percebo interessante neste meu caminhar pelo mundo e pela vida. Pretensão e água benta todo mundo toma o quanto quer. O lugar que mais me parece assemelhar-se a este meu desejo é a posição do professor que recebe mestrandos e doutorandos para os quais podem ser lançados temas e idéias, ou do diretor de instituição que,no ato de distribuir suas verbas, implementa e promove.
Pediram-me e eu adorei que o tivessem feito, um texto, diria brincando "quase científico". Pediram-me um artigo de interesse científico, no qual estariam dispensadas provas, bibliografias, notas de rodapé e citações. Entendi que podia apresentar uma idéia. Acrescento que gostaria que fosse pesquisada e divulgada, e ainda que se transformasseem muitas teses, das quais brotassem muitas outras idéias.
Este meu tema nasceu de uma consulta a uma velha Enciclopédia Britânica. Não me lembro por quê, mas quis ver o que se falava sobre "vergonha". Fiquei pasma. Descobri, depois de muito folhear, que este assunto não aparecia, nem na micropédia, nem na macropédia. Como será que Freud explicaria esta ausência? Não pode ser a idade daenciclopédia a razão. Shame/vergonha pode até estar caindo em desuso, mas não é novidade. Esta falta me levou a divagar. E sem recorrer a qualquer outra bibliografia, vou fazer um "vol d'oiseau" sobre o assunto.
Se você puder escolher entre sentir vergonha ou sentir culpa, o que escolheria?
Ainda não respondeu?
Então respondo eu. Sem qualquer dúvida, sem qualquer titubear, prefiro sentir culpa.
(Vocêpode estar se perguntando por que enfiei o conceito de culpa aí. Por serem duas instâncias psíquicas que podem aparecer em resposta a erros. Só isso.)
Quando digo que errei, digo que conheço o "certo" mas não quis, não pude ou não consegui fazer "certo". Posso procurar explicações para diminuir minha culpa, examinar as circunstâncias que me levaram ao erro, pecado, crime ou transgressão....
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