Viver A Dois É Uma Arte? Um Estudo Antropológico Da Homoconjugalidade Masculina Por Anderson Silvapublicado 30/03/2010 Sociologia Avaliação: Sem Avaliações Um Estudo Antropológico Da Homoconjugalidade Masculina
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Lei o artigo e responda as dez perguntas ao final da leitura. Escreva as suas respostas em espanhol.
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VIVER A DOIS É UMA ARTE? Um estudo antropológico da homoconjugalidade masculina
Por Anderson SilvaPublicado 30/03/2010 Sociologia Avaliação: Sem avaliações
Um estudo antropológico da homoconjugalidade masculina
"O amor é que é essencial
O sexo ésó um acidente
Pode ser igual
Ou diferente.
O homem não é um animal:
É uma carne inteligente,
“Embora às vezes doente”.
Fernando Pessoa
A despeito das uniões entre pessoas do mesmo sexo ser uma prática que sempre esteve presente na história da humanidade (FOUCAULT, 2006 e WEEKS, 1985), obedecendo a várias regras e normas estabelecidas por estas mesmas sociedades, nas quais estaspráticas se realizam, a conjugalidade homossexual é um tema ainda recente nos estudos antropológicos. A discussão dessa temática inicia-se com os estudos sobre as novas configurações familiares, que tentam desnaturalizar e desmistificar a idéia de família nuclear e da heterossexualidade como o modelo a ser seguido pelos indivíduos [1].
Essas reflexões fundamentaram alguns estudos. Essas abordagensdefinem as relações homossexuais, bem como as heterossexuais como vínculos baseados nos valores fundantes das vivências familiares contemporâneas, ou seja, o carinho, o "amor", o companheirismo, o respeito e/ou reconhecimento do casal pelos vizinhos e por parentes [2] instrumentaliza os homossexuais na construção e manutenção de suas relações. Portanto, a conjugalidade ganha evidência a partir dosestudos da transformação da família, que colocou em evidência o reconhecimento do casal gay como elemento de reflexão acerca da realidade afetivo-sexual dos homossexuais brasileiros [3]. Nesse sentido, a aceitação das relações estáveis [4] entre homossexuais é influenciada pelos papéis conjugais que estão presentes nas representações e práticas sociais, referentes à família e que, segundo Mello(2005, p. 46) possui uma relação com a generalização do divórcio e da monoparentalidade presentes na sociedade contemporânea (DIAS, 2003).
É através dos estudos de conjugalidade homossexual que nos deparamos com a idéia de estabilidade nessas relações. Segundo Heilborn (2004) toda relação estável ganha um status de aceitação e reconhecimento da sociedade, possibilitando à díade sua inserção nosdiferentes grupos sociais. Essa autora confirma a colocação de Rubin (1989) quando elabora o conceito de hierarquia sexual na sociedade ocidental. Ela diz que a aceitação de um casal homossexual perpassa pela constituição de comportamentos e práticas cotidianas próximas daquelas vivenciadas pelos heterossexuais casados, monogâmicos e procriadores, que se enquadram na classe das práticas normais ousaudáveis. É esse desejo, individual e/ou coletivo, de inserção num grupo, que os membros do casal buscam alcançar para que tenham garantidos os direitos e deveres correspondentes a construção e manutenção de laços afetivo-sexuais (Heilborn, 2004 e GOMES, 2003).
Diante dessa visão, em que estabilidade pode ou não levar a aceitação e/ou reconhecimento da conjugalidade entre pessoas do mesmosexo, os homossexuais masculinos, segundo Matos (2000) e Heilborn (2004) [5], dão sentido aos aspectos da vida cotidiana mediante a consolidação de arranjos e práticas conjugais, tais como: a divisão do trabalho doméstico, o cuidado com a relação e a construção do respeito mútuo. Esses roteiros possibilitam o estabelecimento de laços afetivo-sexuais fundados em uma representação do que é construir emanter uma relação estável baseados nas construções de parcerias heterossexuais. É nesse contexto que o problema referido anteriormente se coloca.
Existem vários estudos que tentam dar conta dos diferentes aspectos da homossexualidade. Destacam-se aqui as abordagens que buscaram mostrar como os homossexuais foram representados pelas sociedades ocidentais nos vários períodos da história...
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