A Cidade E As Serras

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Isabella Marina/ Jonatho Wojnarovic​z/ Marcelo Reis/ Otacílio Gell/ Rosimara Correa/ Taline Cavalar/ Vagner Pereira/ Wendell Galliz¹

ROTEIRO
As Cidades e as Serras (Eça de Queirós)
1. Autor

2. Enredo
Narrado por José Fernandes, o romance conta  as atribulações de Jacinto de Tormes, fidalgo português nascido em Paris. Milionário eculto, Jacinto cerca-se de luxo e de inúmeros amigos influentes e superficiais. Mas nada o livra do tédio. Indo a Portugal para reformar o cemitério de seus antepassados na propriedade rural de Tormes, Jacinto se vê, para seu desespero, desligado da civilização que tanto preza. Com o tempo, acaba se apaixonando pelo campo, torna-se alegre, casa-se com Joaninha e decide ficar em Tormes.

3. Foconarrativo
Em “A Cidade e as Serras”, o autor Eça de Queirós faz seus personagens "olharem" as imagens que ele mesmo via quando ainda era criança. Constitui um bucolismo romântico que volta e contamina seu romance. Mas, na verdade. quem conta a história e as aventuras por que passa o personagem principal, Jacinto Galião, é um amigo seu, chamado José Fernandes, que também está na história, massente-se menos ilustre que Jacinto, herdeiro rico e personagem central da crítica do autor à riqueza.
O romance começa dessa maneira:
"O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival".
Esse foco narrativo (ou seja, essa maneira de contar a história) tem um nome técnico, o chamado "eu-como-testemunha", muitoapropriado para obras que desejam ser críticas, pois o personagem-narrador acompanhará o protagonista em suas aventuras; e, como contará a história tempos depois, pode ser bem crítico e analisar melhor o que aconteceu. Nesse caso, o apego de Fernandes ao protagonista tem ainda outra razão: este narrador quer entender o que faz um homem rico (nascido em Paris) trocar tudo pelo campo, no interior dePortugal.
Enfim, “A Cidade e as Serras” está escrito em primeira pessoa, como a maioria dos romances de Eça de Queirós, onde há um narrador-personagem, com o nome de José Fernandes, o qual não se confunde com o protagonista da obra, Jacinto de Tormes. Este narrador coloca-se como menos importante do que o protagonista, como se pode perceber, por exemplo, no início da obra. Nos primeirosparágrafos do livro, o narrador em vez de apresentar-se ao leitor, coloca-se em segundo plano para apresentar toda a descendência dos de Tormes, até aparecer a figura de Jacinto. Além disso, dá-lhe tratamento diferenciado, parecendo idealizar Jacinto, na medida em que o chama de "Príncipe da Grã-Ventura", conforme apelido estudantil do protagonista.

4. Tema abordado e seu desenvolvimento na obra
Otema principal é a oposição da cidade, com toda a sua tecnologia e desenvolvimento, com a pureza e simplicidade encontrada no campo. E a partir disso a personagem Zé Ferdandes cria a seguinte tese: que a vida no campo é mais harmônica e benfazeja ao homem comparada à vida nas cidades. E é através de sua narrativa que pretende prová-la. Jacinto discorda dessa tese e defende que a vida rodeadade civilização e de avanços tecnológicos é que proporciona felicidade ao homem. E para ele a ideia de civilização estava diretamente ligada a cidade. Para comprovar a Zé Fernandes o poder dos avanços tecnológicos como meios de se alcançar a felicidade, Jacinto utiliza como exemplo o microscópio. A tese sustentada por Zé Fernandes, na medida em que identifica a felicidade com o retorno àvida campestre e pré-industrial, implica desde logo a demolição da tese de Jacinto. A afirmação de uma depende da destruição da outra, por isso Zé Fernandes procura demonstrar a Jacinto o erro de suas perspectivas e de suas crenças. Utiliza o próprio amigo para demonstração de sua tese. Após o ritual de passagem da vida complexa da cidade à vida simples do campo, Jacinto reconsiderara sua...