A morte - castro alves
No extremo pólo da vida
Diz a Morte: – “Humanidade,
Sou a espada da Verdade
E a Têmisdo mundo sou;
Sou balança do destino,
O fiel desconhecido,
Lanço Cômodo no olvido
Eaureolo a fronte de Hugo!
O cronômetro dos séculos
Não me torna envelhecida;
Sou morte – origem da vida,Prêmio ou gládio vingador.
Sou anjo dos desgraçados
Que seguem na Terra errantes,
Desnorteados viajantesDos Niágaras da dor!
Também sou braço potente
Dos déspotas e opressores,
Que trazem os sofredoresNo jugo da escravidão;
Aos bons, sou compensação,
Consolo e alívio aos precitos,
E nos mausaumento os gritos
De dores e maldição.
Sepultura do presente,
Do porvir sou plenitude,Da alegria sou saúde
E do remorso o amargor.
Sou águia libertadora
Que abre, sobre as descrenças,O manto das trevas densas,
E sobre a crença o esplendor.
Desde as eras mais remotas
Coso láureas e mortalhas,E sobre a dor das batalhas
Minha asa sempre pairou;
Meu verbo é a lei da Justiça,
Meu sonho é...
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