“A tradição viva"
DELET/DELEM
LETRAS - LÍNGUA ESPANHOLA
DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA II
PROFESSORA: ANA LÚCIA MORAES
ALUNA: Inês Alves da Mota
Inês Alves da Mota
2010028627
Letras Espanhol - UFRN
Teoria da Literatura II
Prof.ª Ana Lúcia Moraes
BÁ, Hampate. As características da cultura tradicional africana, suas múltiplas facetas,oralidade, mitologia, religiosidade e formas de expressão. “A Tradição Viva”. In Cultura Africana. Lisboa: Edições 70, 1977, p. 1-15.
[A tradição oral são] conhecimentos de toda espécie pacientemente transmitidos de boca a ouvido, de mestres a discípulos. (…) essa herança (...) reside na memória [dos] grandes depositários, de quem se pode dizer, são a memória viva da África” (p. 1).
“Otestemunho, seja escrito ou oral, no fim não é mais que testemunho humano, e vale o que vale o homem” (p. 1).
“Os próprios documentos escritos nem sempre se mantiveram livres de falsificações ou alterações, intencionais ou não, ao passarem sucessivamente pelas mãos dos copistas – fenômeno que originou, entre outras, as controvérsias sobre as 'Sagradas Escrituras' (p. 1).
“É nas sociedades oraisque não apenas a função da memória é mais desenvolvida, mas também a ligação entre o homem e a palavra é mais forte. [Sem] a escrita, o homem está ligado à palavra que profere. (…) . Ele é a palavra [e esta] encerra o testemunho daquilo que ele é” ( p. 1).
A tradição oral é o conhecimento total
“Na cultura oral não há diferença entre religião, ciência, história, arte, etc (p. 2).Características da tradição oral
“Dentro da tradição oral, na verdade, o espiritual e o material não estão dissociados. (…) Ela é ao mesmo tempo, religião, conhecimento, ciência natural, iniciação à arte, história, divertimento e recreação , uma vez que todo pormenor sempre nos permite remontar à Unidade primordial. (…) a tradição oral conduz o homem à sua totalidade e (…) contribuiu para (…) esculpir aalma africana. (…) a 'cultura' africana não é, portanto, algo abstrato que possa ser isolado da vida. (…) Ela envolve uma visão (…), uma presença particular no mundo – um mundo concebido como um Todo onde todas as coisas se religam e interagem. A tradição oral baseia-se em uma certa concepção do homem, do seu lugar e do seu papel no seio do universo” (p. 2 – 3).
“A tradição africana (…)concebe a fala como um dom do deus” (p. 3).
“A fala humana como poder de criação” (p. 3).
“A fala é (…) considerada como a materialização, ou a exteriorização, das vibrações das forças [depositadas pelo ser supremo – Maa Ngala – no homem]” (p. 3).
“sendo a fala a exteriorização das vibrações das forças, toda manifestação de uma só força, seja qual for a forma que assuma, deve ser consideradacomo sua fala. É por isso que no universo tudo fala: tudo é fala que ganhou corpo e forma.
À imagem da fala de Maa Ngala, da qual é um eco, a fala humana coloca em movimento forças latentes, que são ativadas e suscitadas por ela – como um homem que se levanta e se volta ao ouvir seu nome” (p. 4).
A fala como agente da magia
“todas as tradições africanas postulam uma visão religiosa domundo. (...) No interior [da] unidade cósmica, tudo se liga, tudo é solidário, e o comportamento do homem em relação a si mesmo e em relação ao mundo que o cerca (…) será objeto de uma regulamentação ritual muito precisa (…).
Por isso a ação mágica, ou seja, a manipulação das forças, geralmente almejava restaurar o equilíbrio perturbado e restabelecer a harmonia, da qual o homem, como vimos, haviasido designado guardião por seu Criador. (…)
'nem a magia nem o destino são maus em si. A utilização que deles fazemos os torna bons ou maus'.
A magia boa, a dos iniciados e dos 'mestres do conhecimento', visa purificar os homens, os animais e os objetos a fim de repor as forças em ordem. E aqui é decisiva a força da fala” (p. 4).
“ Assim como a fala divina de Maa Ngala animou as forças...
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