O Analista Segundo Bion
Lorena Munhoz da Costa
Bion, considerado por muitos o “terceiro gênio da psicanálise”, dedicou-se ao estudo da teoria psicanalítica a fim de contribuir com a mesma. Suasidéias têm sido estudadas e aplicadas por muitos profissionais e estudiosos na atualidade. Uma de suas maiores contribuições diz respeito ao papel do terapeuta na análise, que merece um olhar atentodos estudantes e, também, dos profissionais da psicologia.
Atualmente, o vínculo terapêutico tem sido valorizado por muitos profissionais e teóricos. Bion colaborou com este movimento aoafirmar que, no processo de análise, o vínculo terapêutico é uma ferramenta poderosa e essencial ao tratamento. Diante disso, ele propôs alguns modelos para a relação analista-paciente. Um deles consisteno modelo da relação continente. O verbo “conter” remete à idéia de relação de força, onde um é segurado pelo outro. Neste sentido, Bion delega ao analista a função de continente, isto é, aquele quecontém as angústias do paciente e consegue devolver de uma forma mais elaborada.
Além disso, o conceito de atenção flutuante defendido por Freud foi revisto e ampliado por Bion. Freudafirmou que o analista deve manter uma atenção uniformemente suspensa. A partir disso, Bion formulou outro modelo para a relação analista-paciente e afirmou que o terapeuta deve suprimir sua memória, seusdesejos e compreensão, pois apenas desta forma poderá encontrar-se no campo inconsciente com seu paciente; afinal, tanto a memória quanto o desejo estão presos às impressões dos sentidos percebidaspela consciência e, consequentemente, limitariam o terapeuta que deve, principalmente, perceber os elementos não-sensoriais.
Podemos considerar, portanto, que tornar-se terapeuta não se tratade uma tarefa fácil, pois exige que a pessoa do analista supere seus anseios em relação à análise e renuncie sua racionalidade para dar lugar à “intuição”. O analista deve - de certa forma - abrir...
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