0 Byrne Diarios De Bicicleta Berl N

Introducción

LA BICICLETA ES EL M E D I O DE TRANSPORTE
MÁS UTILIZADO E N EL M U N D O

Desde p r i n c i p i o s de los a ñ o s ochenta, he usado la b i c i c l e ta c o m o p r i n c i p a l m e d i o de transporte e n N u e v a Y o r k .
P r i m e r o l o hic e a m o d o de prueba, y m e s e n t í c ó m o d o
incluso e n una c i u d a d c o m o N u e v a Y o r k . M e d i o una
s e n s a c ió n de e n e r g í a y libertad . T e n í a u n a vieja bicicleta
de tres marchas, una reliquia de m i infancia en las afueras de
Baltimore, y para la c i u d a d de N u e v a Y o r k n o necesitas
m u c h o m á s . E n aquellos tiempos, m i v i d a estaba m á s o
menos restringida al centro de M a n h a t t a n —el East V i l l a ge
y el SoHo— y enseguida m e d i cuenta de que la bicicleta
era unaf o r m a fácil de hacer recados durante el d í a o de
trasladarme de manera eficiente a clubes, galerías de arte o
locales nocturnos, sin tener que buscar u n taxi o la parada
de metro m á s cercana. Y a sé que u n o n o piensa n o r m a l mente e n que salir de copas y m o n t a r en bicicleta sea algo
compatible, pero hay muchas cosas que ver y o í r e n N u e va Y o r k , y d e s c u b r íque corretear de u n sitio a otro e n b i cicleta era sorprendentemente r á p i d o y eficaz. Así que m e
q u e d é c o n la bicicleta, a pesar de su aura d e m o d é y del p e ligro que e n t r a ñ a b a , ya que p o r entonces m u y p o c a gente
circulaba en b i c i p o r la ciudad. L o s conductores de aquellos

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DIARIOS

DE

BICICLETA

INTRODUCCIÓN

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tiempos n o estaban acostumbrados a co m p a r t i r la vía c o n

c ó m o estructuramos esos pensamientos y esas creencias,

los ciclistas, y te cortaban e l paso o te lanzaban contra los

lista todo ahí , a la vista, e n c a m p o abierto; n o hacen falta

coches aparcados, incluso m á s que ahora. A l hacerme u n

escáneres T A C n i a n t r o p ó l o g o s culturales para saber c ó m o

p o c o mayor q u i z á c o n s i d e r ét a m b i é n que pedalear era una

discurre la mente h u m a n a : su f u n c i o n a m i e n t o i n t e r i o r se

buena forma de hacer u n p o c o de ejercicio, pero al p r i n -

manifiesta en tres dimensiones a nuestro alrededor. N u e s -

c i p i o n o pensaba en eso. S i m p l e m e n t e , m e s e n t ía b i e n

tros p r i n c i p i o s y nuestras esperanzas son a veces b o c h o r -deambulando p o r aquellas sucias calles llenas de baches.

nosamente fáciles de descifrar. E s t á n ahí , e n las fachadas,

E r a m u y estimulante.

los museos, los templos, las tiendas, los edificios de oficinas

A finales de los ochenta d e s c u b r í las bicicletas plega -

y en c ó m o esas estructuras se relacionan entre sí o, a v e -

bles, y c o m o m i trabajo y m i c u r i o s i d ad m e h a c í a n viajar

ces, e n c ó m o dejan de hacerlo. N o s cuentan, en su p r o p i o

a diferentes partes del m u n d o , solía llevarme una. L a m i s -

lenguaje visual: «Esto es l o que creemos que i m p o r t a , así

m a s e n s a c i ó n de libertad que h a b ía tenido en N u e v a Y o r k

es c ó m o v i v i m o s y c ó m o a c t u a m o s » . Ir en bicicleta entre

se r e p i t ió al pedalear p o r varias de las principales c i u d a -

todo esto es c o m o navegar p o r las vías neuronales c o l e c -

des del m u n d o . M e sentía m á s conectado c o n la vida de la

tivas de una especie de e n o r m e mente global. Es realmen -

calle de l o que l o h a b r í a estado dentro de u n c o c h e o e n

te una e x c u r s i ó n p o r e l i n t e r i o r de la psiquecolectiva de

cualquier tipo de transporte p ú b l i c o : p o d í a pararme c u a n -

un g r u p o c o m p a c t o de gente. U n Viajefantástico, pero sin

d o quisiera; a m e n u d o (muy a m e n u d o ) , era m á s r á p i d o

efectos especiales cutres. N o s p e r m i t e percibi r el cerebro

que u n coche o u n taxi para desplazarme entre dos p u n -

colectivo —feliz, cruel, falso y...