Gadget - Você Não É Um Aplicativo

Resumo Gadget Você não é um aplicativo
LANIER, Jaron. Gadget Você não é um aplicativo! Um manifesto sobre como a tecnologia interage com a nossa cultura. [Tradução Cristina Yamagami] – São Paulo: Saraiva, 2010.

Informações sobre o autor: Jaron Lanier é cientista da computação, compositor, artista visual e autor. Conhecido como o pai da tecnologia da realidade virtual, vemtrabalhando na interface entre a ciência da computação e a medicina, física e a neurociência. Mora em Berkeley, na Califórnia.

Parte 1 O que é uma pessoa?
Capítulo 1: Pessoas perdidas
Jaron Lanier (2010) afirma que, hoje, as questões humanas são cada vez mais orientadas por softwares. Softwares que expressam ideias sobre tudo, desde o simples ao complexo, como a constituição de uma pessoa; ideias quese tornaram um objeto de aprisionamento tecnológico.
Com o advento da revolução digital na virada do século XXI, a World Wide Web, agora tomada por uma onde de designs chamados de web 2.0, promove a liberdade radical na web, contudo, essa liberdade aplica-se mais a máquinas do que a pessoas. As possibilidades que web propicia, como o anonimato, é, segundo o autor, uma prática disseminada decomunicação interpessoal, a qual tem rebaixado a interação interpessoal. Jaron Lanier diz que “uma nova geração cresceu com uma expectativa reduzida do que uma pessoa pode ser e do que cada pessoa pode se tornar”. (LANIER, 2010, p.18).
O autor do livro diz que a tecnologia é capaz de mudar as pessoas. A alteração em trivialidades das tecnologias pode alterar os padrões de comportamento. Astecnologias são extensões dos seres humanos, assim, as identidades podem ser alteradas por gadgets (equipamentos com propósito e função específica, prática e útil no cotidiano). São extensões à medida que foram criados olhos e ouvidos remotos (webcans e telefones celulares) e memória expandida (os detalhes que se pode encontrar on-line). Com essas extensões, as pessoas se conectam ao mundo e a outraspessoas e, dessa forma, as estruturas propiciadas pelas extensões podem mudar a forma de enxergar o mundo e a si mesmo.
Jaron Lanier escreve sobre o surgimento de um “paraíso digital”: o MIDI. Criado em 1980, por Dave Smith, o MIDI representa nota musicais, composto de padrões digitais que representavam a pressão e a liberação de uma tecla. Mesmo com limitações, o MIDI tornou-se um esquema padrãopara a representação musical em software. Hoje, o software é encontrado em diversos dispositivos como, por exemplo, o celular. O MIDI é a estrutura que constrói as músicas que são escutamos. O autor investiga “se as pessoas não estão de transformando em nota MIDI – definidas em excesso e restritas na prática ao que pode ser representado em um computador.” (LANIER, 2010, p.26).
O autor sustenta aideia de que as tradicionais filosofias do software se tornaram invisíveis devido à sua onipresença. A ascensão da web, segundo Lanier, foi uma surpresa, uma ocorrência rara. Era inimaginável que tantas pessoas dedicassem-se a um projeto sem a presença a propaganda, motivos comerciais, políticos, etc. O projeto da web foi concebido em cooperação, por ser uma boa ideia.
Ao analisar a cultura daweb, o autor afirma:
Enfatizar a multidão significa tirar a ênfase dos seres humanos individuais no design da sociedade e, quando você pede que as pessoas não sejam pessoas, elas voltam a se comportar mal, como uma horda. Isso leva não apenas a trolls com mais poder, mas a um mundo online em geral inamistoso e não construtivo. (LANIER, 2010, p. 37).
O autor afirma haver inúmeros problemas deimportância mundial, como o aquecimento global, guerras, sustentação de populações em envelhecimento, entre outros. Contudo, tendo em vista o cenário global da atualidade, discussões sobre a cultura online não podem parecer prementes. Segundo Jaron Lanier (2010), são atitudes que as pessoas devem realizar para serem pessoas em vez de fontes de fragmentos explorados pelos outros: evitar o anonimato,...