O Espanhol Nas Escolas Públicas De Ensino Médio No Município De Cambé

O ESPANHOL NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO MÉDIO NO MUNICÍPIO DE CAMBÉ

Gustavo Javier Figliolo (UEL)

Resumo: O seguinte trabalho tem por objetivo fazer uma análise da pesquisa de campo efetuada nas escolas públicas de Ensino Médio no município de Cambé. O mesmo forma parte de um projeto maior do Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas da Universidade Estadual de Londrina, sobsupervisão da Professora Dra Amanda Pérez Montanez. O propósito da pesquisa consiste em fazer um levantamento da situação em que se encontra a disciplina de Espanhol no município de Londrina e região. Entre outros dados relevantes, as visitas às escolas pretende verificar a situação do ensino do espanhol nas mesmas, observando a realidade concreta em que os professores se desempenham, o estado das salas deaula, os recursos didáticos disponíveis, os horários de oferta da disciplina em turno e/ou contraturno, a quantidade de professores, a qualificação dos professores, a quantidade de alunos que frequentam, a evasão etc., com o intuito de ter ferramentas argumentativas para uma possível e eventual sugestão de medidas corretivas e/ou paliativas, caso for necessário.

Palavras-chave: Espanhol –Ensino Médio Público – Cambé

Antes de entrar no assunto específico de nossa pesquisa, isto é, de oferecer um panorama geral sobre o funcionamento da disciplina de língua espanhola nas escolas públicas de Ensino Médio no Município de Cambé, cremos necessário fazer um breve comentário a respeito das línguas estrangeiras e a ideologia subjacente à organização dos currículos da escola pública.As sociedades humanas se caracterizaram, desde as mais remotas épocas, pelo poliglotismo, a diversidade linguística, que ao mesmo tempo que forma uma identidade cultural, intervém na interação social ente os indivíduos.
Essa situação é notadamente potencializada na atualidade, com o advento dos novos meios de comunicação, as novas tecnologias.
Parece bastante óbvio imaginar a importância doaprendizado das línguas estrangeiras para uma nação, com seus cidadãos no domínio dessa valiosíssima ferramenta, possuidores da capacidade de comunicação em outros idiomas; o fato é que, não obstante isso, a educação brasileira parece ir na direção oposta.
Historicamente, o Brasil tem tratado o ensino de línguas estrangeiras de uma maneira bastante acertada, vislumbrando sua importância; de certotempo e até a atualidade, porém, as coisas mudaram de forma negativa. Segue-se, a continuação, um relatório de dados a esse respeito:

• Decisão do dia 22 de junho de 1809, do Governo de D. João VI, instituindo oficialmente o ensino de línguas no Brasil; criação de uma cadeira na Corte de língua inglesa e francesa, com a gramática latina como paradigma de ensino;
• Projeto Januário daCunha Barbosa, de 1826, incluindo o ensino de línguas vivas e mortas a partir do ginásio;
• Fundação do Colégio D. Pedro II em dezembro de 1837, com o ensino das línguas latina, grega, francesa e inglesa;
• Reforma do Ministro Couto Ferraz, em 1854, com a instituição do ensino de inglês, francês, alemão e italiano, junto com as línguas clássicas;
• Reforma do Ministério de Educação de18 de abril de 1931, instituindo o Método Direto Intuitivo para o ensino de inglês, francês e alemão;
• Lei Orgânica do Ensino Secundário, em 9 de abril de 1942, introduzindo o espanhol como língua obrigatória por primeira vez ao lado do inglês e o francês.

Todas estas iniciativas visavam o desenvolvimento do ensino de línguas estrangeiras no país.
A partir de então, e com o decreto daLei nº 4024 de 21 de dezembro de 1961, que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o ensino de línguas “passa da situação de tutela absoluta [...] a uma situação [...] de absoluto descaso” (CELANI, 1994, p.9).
O resultado disso é a constatação de alunos absolutamente monolíngues depois de um estudo de até sete anos na escola básica.
O Governo Federal, diante da situação, passou o...