Comunicação Nas Organizações: Da Burocracia Ás Organizações Flexíveis

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005

Comunicação nas Organizações: da burocracia ás organizações flexíveis 1 Dermeval Milanez Brandão Neto2 Elisângela Costa Nascimento3 Diogo Henrique Helal4 Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH Universidade Federal deMinas Gerais Resumo Este artigo tem por objetivo principal analisar e discutir de maneira crítica a comunicação organizacional nos modelos burocráticos e pós-burocráticos. Nas burocracias a comunicação interna está baseada na formalização, na verticalização e na morosidade dos fluxos de informação. Já nas organizações pós-burocráticas prevalece um tipo de interação fundamentada na relação dialógica,dinâmica e horizontal, que baseia-se no conceito do agir comunicativo habermasiano. Entretanto, ainda é necessário investigar até que ponto a flexibilização organizacional promove a participação de forma efetiva e permite aperfeiçoar o controle sobre os indivíduos. Palavras-chave Comunicação Interna; organizações burocráticas; organizações flexíveis. Introdução Tanto fatores internos e externospressionaram para que o paradigma mudasse: a produção massiva já não atende aos objetivos, pois são evidentes o reconhecimento dos públicos e suas necessidades como consumidores que exigiam produtos customizados e responsabilidade social, enquanto que o público interno desmotivado e insatisfeito, exigia relações de trabalho mais justas, democráticas e flexíveis. É nesse contexto social de sublevaçãoque se dá a crise do fordismo como um sistema formal e a ascensão do pós-fordismo, como uma evolução para o sistema pós-burocrático e menos formal que tem como pressuposto estabelecer uma gestão mais flexível. Um dos alicerces é a comunicação horizontal, onde nas relações de trabalho, no desempenho da função ou
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Trabalho apresentado no III Intercom Júnior. Graduando em Comunicação Social –Relações Públicas, pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Aluno de Iniciação Científica, vinculado ao Projeto de Pesquisa “Poder e controle no tempo da flexibilização organizacional: o papel da comunicação interna”. 3 Graduanda em Comunicação Social – Relações Públicas, pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Aluna de Iniciação Científica, vinculada ao Projeto dePesquisa “Poder e controle no tempo da flexibilização organizacional: o papel da comunicação interna”. 4 Doutorando em Sociologia e Política, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Docente e Pesquisador do Curso de Comunicação Social – Relações Públicas, Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Orientador doprojeto de pesquisa “Poder e controle no tempo da flexibilização organizacional: o papel da comunicação interna”.

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mesmo na estrutura hierárquica, a autonomia é dividida de forma igualitária, o que proporciona um estímulo àcriatividade pela participação; considera-se esta evolução na gestão organizacional como um elemento fundamental para que as organizações flexíveis possam ser ágeis e eficazes o suficiente para se adaptarem às intempéries externas. Como o fordismo deixou de atender às pessoas em favor da estandardização, que corresponde à padronização da produção e conseqüente imobilidade do funcionário, passou-se ademandar uma gestão mais flexível e participativa. A eminência da implantação de uma gestão aberta e de engajamento, baseada na interação, no diálogo, no entendimento entre os atores organizacionais e na democratização do conhecimento e das informações ainda deixa muitos gestores de empresas perplexos. Qual seria então a melhor alternativa: fomentar e modernizar os métodos de controle, realmente...