Globalização – as consequências humanas (capítulos três e quatro)
Na obra “Globalização – As Consequências Humanas”, o autor Zygmunt Bauman examina e questiona os diversos contextos de globalização, palavra-chaveanalisada de diferentes formas; mas, seja qual for a interpretação, é certo que esse processo é singular e irreversível. O que resulta desse processo é uma fragmentação, que coexiste com uma unificação: aomesmo tempo em que se individualizam territórios, culturas e classes sociais, barreiras econômicas e tempo-espaciais são derrubadas. Nos capítulos aos quais darei enfoqu[e, de número três e quatro,Bauman discursa especificamente sobre os efeitos da globalização no tempo e espaço e, consequentemente, no campo estatal e social.
A globalização é um fenômeno multifacetado, que dispõe decaracterísticas únicas, e que também aflige o sistema estatal moderno pela sua autodeterminação e dinamicidade. Segundo as palavras de Bauman:
“(...) o significado mais profundo transmitido pela idéia daglobalização é o do caráter indeterminado, indisciplinado e de autopropulsão dos assuntos mundiais; a ausência de um centro de um painel de controle, de uma comissão diretora, de um gabineteadministrativo.” (p. 67),
Essa é a definição mais fidedigna do efeito da globalização, que supera qualquer barreira temporal ou territorial, tomando qualquer direção e ação. Não se sabe sua origem, nem seus alvos,somente se vê seus efeitos momentâneos. Devido a essa falta de controle, o Estado torna-se impotente para tomar qualquer medida restritiva face essa invasão, agindo apenas como um ator coadjuvantedesse processo global. O autor destaca, inclusive, uma possível eliminação do Estado como Nação, que possui controle total sobre sua economia, sua sociedade território, fazendo com que o mesmo sejainterpretado apenas como um espaço territorial, dotado apenas de forças coercitivas. A dissociação da política com a economia faz com que a primeira seja, então, apenas uma ferramenta de controle para...
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