Trabalho de saúde pública
A Política de Saúde centra-se em três grandes linhas prioritárias: garantia da sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde reforma dos cuidados de saúde primários e implementação da rede nacional de cuidados continuados integrados (Portal do Governo). No estudo dos processos de racionalização da modernidade o principal autor foi Max Weber. O autorenfatizou o crescente desenvolvimento da burocratização nos processos sociais, patente na celebração da eficácia e no culto da técnica, geradora de importantes mudanças ao nível da organização económica e política. A modernidade encontrar-se-ia a sofrer uma espécie de racionalização, que tenderia a impor-se ao costume, aos valores e sentimentos, conduzindo cada vez mais a acção social para aracionalidade instrumental, à medida que a burocracia no Estado e na economia se tornam as bases da dominação na sociedade (Weber, 1978). Segundo Goffman o hospital psiquiátrico não podia ser analisado rigorosamente pela óptica da psiquiatria, assim como o hospital geral, nas suas organizações, não se pode resumir à medicina e ao poder médico, enquanto resposta à doença e ao seu tratamento (Goffman, 1975).Para Touraine nem tudo o que diz respeito à vida do hospital participa da suposta sacralidade com que durante muito tempo se quis rodear o acto médico (Touraine, 1974). Actualmente, a saúde tornou-se numa questão económica, política e social e o hospital (ou melhor, o sistema de saúde como um todo) é um lugar particular para observar as próprias mudanças operadas nas sociedades modernas (Campos,1983). Enquanto estrutura formal, ao hospital, pode ser aplicado o conceito weberiano de burocracia, sendo que, para o autor a burocracia representava o tipo ideal da racionalidade legal, caracterizado pela autora Graça como um alto grau de especialização e um sistema hierárquico de autoridade (Graça, 1992a). Segundo a autora, "O sujeito obedece a ordens impessoais (ou seja, à autoridaderacional-legal), o médico visa a decidir muitas vezes de acordo, não com regras explícitas e escritas, mas com os imperativos do seu código de deontologia profissional, com as exigências da sua profissão, com preceitos de natureza técnico-científica e principalmente com a sua consciência, quando
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muito, podendo ser julgado pelos seus pares e só excepcionalmente, pelo sistema judicial" (Graça,1992ª p. 45). Durante séculos o hospital foi considerado uma instituição total, tendo maior ou menor colaboração dos profissionais de saúde, particularmente dos médicos que fizeram dele simplesmente um lugar de passagem. Não é por acaso que ainda hoje se continua a falar tanto da humanização do hospital o que não deixa de ser particular da perseverança histórica de certos traços ‘totalitários’ dasua organização e funcionamento (Walton, 1988). O Medicocentrismo e hospitalocentrismo na organização dos serviços de saúde em Portugal realizou-se durante a segunda metade do século XX e consequentemente no início deste século, embora a centralidade da saúde, ser politicamente referenciada ao cidadão, assiste-se a uma depreciação do indivíduo como participante activo do sistema de saúde, cedendoaos profissionais e contextos, a vantagem de relações dominantes, expressas principalmente por disparidades e desigualdades sociais. O que difere nas sociedades modernas é o advento dos sistemas integrados de saúde, dos quais os hospitais passam a fazer parte, enquanto subsistema de cuidados secundários (por ex., cura e tratamento) e terciários (reabilitação e reintegração), para além de lugar deensino e de investigação biomédica. O hospital enquanto subsistema de saúde (cuidados secundários e terciários, ou seja, tratamento, cura e reabilitação da doença) é actualmente assunto de análise económica, discussão político e disputa doutrinária. Segundo Illich os sistemas modernos de saúde, nos países desenvolvidos, foram pelo menos até aos anos 70, nitidamente hospitalocêntricos, além de...
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