Um Dia Na Vida: Testemunho E Literatura

UNIVERSIDADE: Universidade Federal do Paraná
NÚCLEO DISCIPLINAR: HISTÓRIA E FRONTEIRAS
TÍTULO DO TRABALHO: UM DIA NA VIDA: TESTEMUNHO E LITERATURA
AUTORES: Christy Beatriz Najarro Guzmán, Rodrigo Vasconcelos Machado [orientador]
E-MAIL: ondas_liberdade@yahoo.com.br; rvmachado@yahoo.com
PALAVRAS CHAVES: Literatura de Testemunha, literatura, história
PALAVRAS CLAVES: Testemunho, literatura,Romance de testemunha, verossimilhança

INTRODUÇÃO
Manlio Argueta originário de El Salvador iniciou-se nas letras no mundo da poesia. Sempre foi interessado por retratar por meio das letras o colorido do seu país, as imagens que nele observava. Preocupou em enaltecer a memória de suas raízes.
Quando alcançou sua maturidade literária, começou por retratar a situação social queenfrentava El Salvador: "Uma guerra civil", por causa disso e de sua amizade com Roque Dalton (considerado escritor comunista), se exilou na Costa Rica, aonde participava de uma organização de ajuda aos camponeses salvadorenhos que fugiram da guerra.
Foi nesse ambiente, que conheceu três mulheres camponesas que lhe relataram a vivência de cada uma delas na guerra, e assim nasceu seu romance: "Um Diana Vida", que retrata a vida rural de El Salvador, sendo neste trabalho a tela de fundo para provar que a literatura e a história não estão nem são estranhas uma da outra, embora sim sejam um complemento e uma seja imanente à outra e o resultado seja a "Literatura de testemunho".
Daremos neste estudo uma possível continuidade às reflexões críticas produzidas a partir de 1960 sobre aliteratura de testemunho[1], tendo como primeira preocupação a situação político-social dos países americanos, que para alguns seria a desconexão da estética literária e sua própria produção. Nas linhas a seguir se defende a tese que isso não acontece e que simplesmente é outro tipo de literatura, a comprometida socialmente, comprometida com a história que lhe deu asas para voar:


[…] 5:30 a.m.No hay día de Dios uqe no esté en pie a las cinco de la mañana. Cuando el gallo ha cantado un montón de veces ya voy para arriba. Cuando el cielo está todavía oscuro y sólo es cruzado por el silbido de un pájaro volando, me levanto...
... Tengo un truco para ser puntual: los huequitos de la pared que dejan las varas de mi rancho, son de tihuilote, es un palo que abunda mucho poraquí y da varejones enormes. Lo único que son muy uqebradizas y rápido has que estarlas cambiando. El tihuilote nos guasta porque no llma al comején. Eol comején se come la madera yy arrasa con todo y es difícil echarlo, hoy los mata a uno por aquí y mañana salen por allá: así pasan jodiendo hasta que se harta los horconos y las varas de que están hechas las paredes. Lo dejan a uno sin rancho. Porlos claros de la pared espío la noche.[2]

O romance de Argueta está dividido em “horas” começando às cinco da manhã e termina às cinco da tarde; “horas” que não servem para conhecer a cronologia da história, mas para retratar o dia-a-dia das pessoas, das mulheres do campo, retrata a vida rural de El Salvador.
O tempo cronológico que aparece e sua duração não mede osacontecimentos, se não a intensidade de cada um deles da o valor correspondente; o tempo impessoal, cheio de vivências da protagonista, seu marido e seus filhos, fazendo um tempo universal que tem um intercâmbio com o tempo humano, subjetivo e espiritual da narradora, neste caso da personagem principal. Exemplo disso é que a narrativa começa relatando acontecimentos de 1932, data em que se deu lugar uma dasprimeiras insurreições no país, vários indígenas e camponeses fizeram greves por falta de salário e um péssimo nível de vida, foi chamada "A greve de mãos abaixo", só que o governo perpetrou genocídio e assassinaram muitos indígenas e camponeses. Nessa época se dava início a ditadura militar no país.
Poder-se-ia dizer que as horas na obra de Argueta são arbitrárias e com a finalidade...