A América Indígena Nas Vésperas Da Conquista Européia

Universidade Federal de Viçosa
Centro de Ciências Humanas Letras e Artes
Departamento de História
História da América I

A América Indígena nas vésperas da conquista européia

Raphael Henrique Dias Barroso 67956

Viçosa, 2012

Com o intuito de entender a Américapré-colonial, a América Indígena nas vésperas da conquista européia, destaca-se as obras: A América Latina na época colonial de Stuart Schuartz e James Lockhard, Descubrimiento, conquista y cililización de América a quinhentos años de Carmen Bernand, além de História general de México de Pedro Carrasco de Pedro Carrasco e também de O Espelho Enterrado – Reflexões sobre a Espanha e o Novo Mundo deCarlos Fuentes, podendo-se não só desmistificar os povos pré-colombianos, como também dá-lhes a sua devida importância, com a quebra do preconceito de que os mesmos seriam atrasados perante aos povos conquistadores europeus, uma vez visto que suas concepções políticas em muitas vezes eram mais eficazes e possibilitarem melhor desempenho do que a de muitos países europeus.
Stuart Schuartz e JamesLockhard apresentam uma caracterização dos povos nativos americanos, possibilitando o entendimento de sua organização social, política e econômica, tendo em vista uma diferenciação entre os mesmo, sendo, pois questionável a designação de índio há povos tão distintos, caracterizando-os assim como: povos sedentários, aqueles fixados em determinadas regiões que dispunham de sofisticados instrumentosagrícolas e uma complexa organização social semelhantes aos europeus, povos semi-sedentários, que mesmo dispondo de uma sofisticada agricultura não se fixam em uma mesma região, pois migravam dependendo das estações climáticas, e também povos não-sedentários, que são povos que não podem ser considerados nômades, mesmo que vivessem da caça e da colheita sem possuírem técnicas rudimentares deagricultura, pois não se transitavam de regiões com freqüência podendo fixarem seus acampamentos onde a caça e colheita eram fartas.
Porém o que vale ressaltar é que a organização desses povos como sedentários ou não, não era uma característica de desenvolvimento, dentro do conceito ocidental atual, pois assim como para os europeus, deve-se desconstruir a idéia de civilização e barbárie, pois os indígenasamericanos sedentários ou não, em certa medida tinham um sistema de organização mais desenvolvido que os europeus, como o sistema de recolhimento de impostos, além de ser valido destacar que o embate cultural entre europeus e os nativos americanos proporcionou uma transformação do mundo transatlântico para ambos os lados, ocorrendo uma troca intercultural que possibilitou a adaptação de hábitos ecostumes de uma cultura para outra.
Carmen Bernand trabalha delimitadamente com os povos andinos da América do Sul, tidos por andinos como ela mesma destaca, pois o império incaico destacava-se pela sua pluralidade, não havendo de fato um ethos andino, e sim uma pluralidade de etnias dentro do império inca que vivia concomitante com a administração incaica sendo a cultura inca sobressalente, oque demonstra a eficiência de um regime teocrático e autoritário que acabou por não desenvolver um sistema de escrita, como os povos meso-americanos, (havia apenas o quipu, que era um sistema numeração da coleta de impostos através da marcação em pedaços de corda) o que dificulta a pesquisa sobre os incas pela escassez de fontes escritas, sendo causa do maior conhecimento andino as pesquisasarqueológicas.
Salienta-se também, que o regime teocrático inca possibilitava uma equidade das classes sociais, mas em condições de extrema pobreza em relação à nobreza inca que vivia sob os luxos do acúmulo de tributos e saldos de guerras. Além de também haver relações comerciais entre outros povos tribais que possibilitou um englobamento cultural e um aprendizado para os incas na sua constituição...